...e esgravata.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

e a memória sabe isto.




















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Serigrafia de Noronha da Costa.
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«Ele gostava dela o suficiente para aceitar algumas atitudes maternais da sua parte; talvez até fosse essa a razão (...). Nesse momento ele soube que ela partira para sempre, passando através dos portões de ferro e da cerca de aço. Pareceu-lhe então que a estava a ver, crescendo de heroísmo no momento de desaparecer por trás dos portões ruidosos, desvanecendo-se, sem no entanto diminuir de tamanho, como algo inominável e de esplêndido como o pôr-do-sol. Cerca de um ano mais tarde ele soube que ela não fora a primeira nem seria a última. Que outras além de Alice, se desvaneceram por trás dos portões barulhentos, com um novo vestido ou uma nova farda, e uma pequena trouxa por vezes mais pequena do que uma caixa de sapatos. Julgava que era isso que estava agora a acontecer com ele. Julgava saber agora como é que todos tinham conseguido partir sem deixar qualquer traço atrás de si. Julgava que todos tinham sido transportados para fora, tal como estava a acontecer agora com ele, durante a calada da noite».
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in A Luz em Agosto de William Faulkner

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jaz.mim_tu... aqui, deixara de o ser.

à espreita de fa|c|to & gravata.

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