...pudesse também eu virar tudo de pernas para o ar...
139 comentários:
Anônimo
disse...
O virar tudo de pernas para o ar não é difícil, é algo que se atinge na inversão do sentido ao conceito o que atravessa toda a história do conhecimento desde os magos egípcios até ao "exijamos o impossível" do marcuse, o cabo dos trabalhos, ou o impossível, é a aplicação deste culminar do conceito na "práctica".
difícil não é certamente, na teoria. o cabo dos trabalhos é, infelizmente na prática, pelo factor impeditivo edificado pelas convenções social e moralmente impostas e instituídas.
Nem mais, diria até que este efeito "ordinário" de espalhamento ou do "tomar a parte pelo todo" é a verdadeira imagem de marca da nossa civilização ocidental. Um bicho que se defende muito bem.
era uma afirmação/constatação/evidência seguida de uma pergunta retórica. ou o princípio do inexplicavelmente contraditório. no entanto, terei o maior prazer em ler a sua resposta. serei toda "olhos".
Receio que sobre o assunto em questão não lhe possa apresentar respostas, antes, eventualmente, alguns balbuciamentos, o que é técnica que costumo usar para me despertar aos assuntos impossíveis como o que falávamos.
Se refere se ao "direito" devo devo dizer lhe que não sou "masculinista" nem "feminista" nem qualquer outro "ista" que lhe possa ocorrer, tratava se apenas de uma palavra num "contexto polido", digamos.
Quanto aos espirros devo dizer que a lara deve ser dotada de algum sentido especial pois nesta altura do ano farto me de espirrar em virtude da minha "febre dos fenos". N:
E sem dúvida que seremos livres agora santinho, "para mal dos meus pecados", é que com toda a certeza não sou. R:
nuno, lamento que tenha considerado insultuoso o meu último comentário, longe de mim tal intenção. talvez não me tenha feito entender. nunca o considerei "ista", "ismo", "ice", "ito" ou "inho", nunca! muito pelo contrário!
relativamente à minha ironia do "santinho"..., vinha na sequência do meu penúltimo comentário... por associação ao "crente devota " e às "palavras", é que eu, quando costumo falar pelos cotovelos com os meus amigos sobre o tudo-e-o-nada da vida, costumo dizer "deixem-me espirrar!!" (sensação de libertação-expulsão/alívio, ou coisa parecida, de algo - como que um vírus - que estaria a incomodar-me ou a perturbar, percebe? hum, talvez não...).
n. r. - são as suas iniciais, nuno?
[espero que não tenha levado a mal o comentário... não era minha intenção ofendê-lo...]
Mas lara não tomei o seu comentário como tal, insultuoso quero dizer, de todo, sinceramente.
e percebo muito bem esta sua metáfora do espirro assim como percebi a do "santinho", o que passa é que por vezes sou demasiado formal nas palavras quando o não "deveria", talvez, ser.
Vê, o "deveria" outra vez, como fora uma costela kantiana que sempre irrompe. :)
Confesso que não mantenho uma relação pacífica com a dita costela,costumo sabotá la internamente virando a sua "razão práctica" contra a sua "razão pura", mas sim, acho que sou uma "pessoa" com um ou outro principio. R:
claro que sim!!! eu acompanhei o seu raciocínio, compreendi e compreendo o seu pensamento! referi, apenas, que há muito, muito tempo atrás, quando descobri kant pela primeira vez [teria uns 16 ou 17 anitos] identifiquei-me imenso com a sua filosofia.
não faz qualquer sentido ser ortodoxo, em relação a nada.
Claro que não. Os modelos apenas deveriam servir para alimentar a nossa imaginação activa, "objectiva".
De qualquer forma, com a idade que refere, é natural que fique uma impressão forte. Por essas idades ter me à acontecido o mesmo com Platão e depois com Nietzsche.
... imenso nietzsche, um autor que não é nada fácil, talvez pela sua aparente simplicidade.
Ainda há poucos dias deparei com uma observação muito curiosa que dizia ; primeiro, que freud era uma espécie de ´"culminar" de nietzsche, e segundo que ambos "apenas" eram mais um episódio na longa história do xamanismo. Não posso deixar de manifestar uma certa "simpatia" com esta opinião, do Bloom, salvo erro.
não conheço, mas deve ser bastante interessante. tem obras publicadas cá, em portugal? é um autor generalista, ou tem ensaios específicos sobre a filosofia das religiões, freud e nietzche, (perdoe-me a eventual incorrecção, ou inverdade, desta minha definição, mas como o nuno já deve ter percebido, sou muito empírica, e extremamente ignorante, no que concerne à filosofia...)...
É um "crítico literário" ; ensaísta ; já li um ou outro ensaio sobre "religião" mas em inglês ; em português, que eu tenha lido, têm a "angústia da influência" (vale a pena ler e é "sobre" o "acto poético" - creio que foi editado, ou reeditado em port. há pouco tempo.) e "o cânone ocidental" - É um grande admirador de Shakespeare.
objectivamente: "bonito", não será. subjectivamente: "bonito", será. ou deve ser, para mim, visto que estará em conformidade, ou abordará temas e levantará questões que serão do meu agrado, do meu "gosto pessoal"... portanto, "bonito", deve ser, certamente para mim.
mas compreendi perfeitamente, o seu "ponto de vista" e reconheço o mau uso do termo "bonito", por isso é que o coloquei entre-aspas.
Obviamente que vi as aspas e apenas "polemizava" um pouco e afinal, "objectivamente bonito" é noção que me escapa, dito isto, não considero que tenha sido "mau uso".
Quanto ao Bloom vale a pena ler, é um grande ensaísta, um pouco polémico talvez mas muito conceituado.
Qual efeito expressionista ao retardador o estar a falar da "angústia da influência" fez me pensar de seguida nas "migalhas filosóficas" do Kierkegaard e imediatamente a seguir, também por associação, no "wostward ho" do beckett, é muito interessante sem dúvida.
nuno, permita-me que lhe faça uma pergunta muito simples, para a qual terá toda a liberdade para não me responder :), mas tem formação em que área do conhecimento?
A minha "formação" é de curioso, sempre muito interessado em todos os "modelos de linguagem" ... em tempos frequentei, e frequentei, Filosofia, mas não cheguei a concretizar.
o seu comentário foi agora mesmo motivo para uma boa gargalhada: deixei-o "intrigado"?!?!, expressão tão ambígua, quanto pejorativa...
então por quê?
muito sinceramente, não vejo motivo para se sentir "intrigado".
p.s. a propósito da polissemia: klee, foi dos primeiros artistas plásticos a conceder ao espectador liberdade interpretativa (creio que foi ele que disse um dia que uma cidade pode ser uma selva, uma pauta musical...), recorrendo, precisamente, ao formalismo expressivo, basilar e universal susceptível, à subjectividade (e intersubjectividade-interpretativa) vs historicismo/condicionalismos retóricos, em nome da liberdade e do espiritual na arte, na natureza humana (numa época que sofria os estilhaços da guerra...).
O meu "intrigamento" referia se à "associação lógica e discurso coerente" que atribuia ao meu comentário pois, efectivamente, a haver algum fio ou "associação" no dito comentário este seria do tipo "heurístico" e não propriamente lógico.
Obviamente que com isto quero dizer que não havia qualquer intenção insultuosa ou humurística, de todo.
Sou grande apreciador de klee quer como pintor quer como "teórico da arte" e fico contente por saber que ele "concedia" o que quer que fosse ao espectador, simpático da parte dele.
Como deve "depreender" da minha formação "específica" de curioso os meus comentários são isso mesmo, de curioso,e tenho, por esse mesmo motivo uma certa dificuldade em acompanhar a sua erudita dissertação sobre klee/polissemia que, no entanto, me fez pensar na "moderna" semântica francesa.
Uma pequena nota, talvez polémica para kandinski de quem aprecio algumas "fases" mas a quem, contrapondo o a klee, não reconheço a "envergadura" teórica, nem "artística", do mesmo.
Terei talvez de reler a tal "espiritual(idade) na arte".
oh nuno, queira desculpar-me destas minhas delongas, bem como da intermitência dos meus comentários pouco ou nada esclarecedores, mas o dia de hoje tem sido um bocadinho atribulado... tenho o meu quarto de pantanas e a sala-de-estar um caos, porque estou a organizar as minhas coisitas para partir amanhã de manhã para lx... pelo que não lhe tenho dado a devida atenção que tanto merece...
não me esqueci de si, acredite! estou é um bocadINHO atarefada, ocupada noutros afazeres...
mas olhe, em linhas muito sumárias devo dizer que concordo absolutamente consigo no que toca à obra de kandinsky, extremamente redutora e estagnada numa corrente artística, "cortes, dissonância, pausas", transpôs para a tela o ritmo e "pouco mais" (traduziu visualmente a música contemporânea e pouco mais, quer dizer não foipouco :), mas não ousou, nem foi arrojado), não se libertou, nem ousou explorar mais em termos conceptuais... digo eu. ao passo que klee, ainda hoje se discute. klee não "concedeu" nada, klee "apresentou" expôs aos "olhos" do mundo, foi pioneiro e soube explorar como poucos a forma, o conteúdo, e a empatia (relação de afecto) aliados à obra de arte. abriu um caminho novo para o enetendimento/ou/fruição (elevou à mesma unidade) de uma obra.
atribuiu uma relevÂncia fulcral ao papel do sujeito que contempla um exemplar artístico. em suma, os signos só passarão a ser referÊncias visuais e elementos sígnicos, representamens, em virtude do que "olho" que observa, isto é, uma obra de arte, para o ser, e para se tornar como tal, terá de ser sempre! polissémica e universal.
em suma, foi exímio em elevar a uma unidade comum o "l' art pou l'art", e a tal máxima que ficou :"eu vejo não o que o pintor, pintor, mas aquilo que eu sou". haverá liberdade maior e dignidade maior num artista do que engradecer o próprio sujeito que a contempla. como ele, só reconheço de momento malevich, gaudí, miró... (e pollock - mas num palno ligeiramente diferente.) e outros tantos nomes influenciados pela bendita bahaus.
Devo dizer que concordo consigo no que diz respeito ao kandinski que, suponho, gostaria de ter sido músico à séria.
Quanto ao klee estou fascinado com o seu comentário, sério que estou, primeiro porque klee é um dos meus três pintores de eleição, com vermeer e cezanne, e depois, e principalmente, porque a atitude perante a arte sobre a qual tão bem discorre - (têm formação em história da arte ?)- é muito similar àquela que procuro, ou seja, não faz sentido, para mim, a produção "sistemática" de "estilhaços referenciais" - a tal "arte pela arte" como a entendo pelo menos - sem que se "assente" primeiro um "fundo" de sentido, atingido, que possa estabelecer, de uma forma sustentada, a tela onde esses "solos referenciais" possam sobressaír e produzir "sentido", ler afecção, no receptor da obra ; o tal "equilibrio" entre o "efeito polissémico" e a "universalidade" que a lara refere, e isto porque, o "sentido" da arte, para mim, passa sempre - afinal a arte é comunicação - pela intervenção, no sentido da transformação e para isso têm que ser "criadas" na própria obra as "ferramentas" que permitam um efectivo trabalho de interpretação.
E isso é que é o "cabo dos trabalhos" :)
Perdoe me os "balbuciamentos" mas trata se de um "tema" que me é bastante "caro".
Repito me ao dizer que é um enorme prazer "falar" consigo e disponha sempre, aqui, no meu blog, no mail que lhe está apenso, ou por qualquer outro meio que ache conveniente. ;)
... trata se no fundo do "eterno" problema do equilibrio entre o "peso" e a "leveza" de que fala calvino no que diz respeito à produção da "forma da obra".
nuno, peço-lhe encarecidamente que não "lamente" os seus (inexistentes) "balbuciamentos" se não fico a sentir-me extremamente desconfortável , visto que as apreciações que faço não são nada de especial, são apenas especulações e suposições pessoais que vou "surzindo" do que vou lendo e vendo, aqui e ali, muitas das quais destituídas de um rigor ou fundamento científico e despropositadas... a sério, sou apenas, mais uma inveterada e inquietante e patologicamente curiosa... pois que tudo o que digo ou possa congeminar raramente o poderão esclarecer, ou apaziguar qualquer questão que urge ser "debelada" ou "apaziguada" :).
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agradeço imenso a gentileza da cedência do seu blogue para qualquer eventualidade, ou dúvida que entretanto me possa surgir. o meu sincero agradecimento, nuno.
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a invocação do autor que citou, calvino, foi absolutamente pertinente. brilhante!. tanto ele, como klee, encontraram na participação/intervenção activa e do "receptor", o ponto de equílibrio, mediador, entre o dois polos necessários para o acto criador, ou da concepção artística. mas "receptor", parece-me neste contexto um conceito muito redutor, visto que não se confina a "receber", mas é ele próprio agente propulsor.
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se gosta de cézanne, sugiro que visite o museu soares dos reis, sito na cidade do porto. possui um espólio riquíssimo de exemplares modernistas, muitos dos quais pouco divulgados e com efeito pouco conhecidos do grande público. veja a obra de henrique pousão, conteporâneo de paul cézanne, bloseiro da fba e estudante da escola de paris, frequentou e ingressou no mesmo espírito do modernismo francês. as suas obras exploram exactamente os mesmo temas do grande cézanne, cujo o fucro incide sobre as questóes da luz e da cor enquanto instrumento modelador das formas, absolutamente genial!, a par da procura das formas geométricas, primárias e basilares, a propósito da pureza das formas (tão ascéticas e rígidas que chega a parecer que o objecto perde o seu referente, transporatndo-nos para um proto-surrealismo, a sério! )e do tendente naturalismo (tão lumínico que quase se equipara a hopper - que a meu ver ver nem é naturalista, realista, mas sim surrealista, mas esta é outra história...:) )
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vermeer, é vermeer e dispensa qualquer tipo de apresentação :). só dou graças a deus por ser da antuérpia, país protestante e não católico (apesar de estar a brincar, sem qualquer tipo de malícia, o factor geográfico-religioso-político, condiciona indelevelmente qualquer concepção artística, e neste caso erasmo de roterdão e outros pensadores foram preponderantes, naturalmente), predispoe para uma liberdade de espírito maior, descontaminda, retratou o real da realidade, profana, situações comezinhas e temporais à "luz" , de uma "luz" profana, provinda do sol, dos espelhos e dos relfexos, dissecou na tela uma realidade laica, profana. secular. daí a sensiblidade e sedução magnética que as suas obras suscitam. só aqueles veludos... aqueles brilhantesm critais, enfim... um pecado tentador, de facto :).
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nuno, muito obrigada pela lucidez e clarividência das suas palavras, que abrilhantam este meu/nosso espaço.
o prazer é recíproco, e desculpe-me do dia de hoje, absolutamente caótico... tão caótico quanto o meu paupérrimo raciocínio...
p.s.: ao referir "associação lógica e discurso coerente" queria felicitá-lo pela pertinência da associação seguida de uma justificação sólida, com fundamento, de todo incoerente, irracional/ilógica ou despropositada.
bem sei que é um promenor despiciendo, mas já que foi "falado"... sim, estudei histõria da arte, e tenho um minor não especificado em ciências da comunicação, curiosamente na vertente da "arte e comunicação", com outras disciplinas/interesses pelo meio :).
no entanto o meu objecto de estudo e a minha formação profissional ocupam-se do património arquitectónico. uma área pela qual nutro o maior carinho,mas que... em face da qual me sinto, porém, tremendamente frustada e impotente.
Peço lhe antes do mais desculpa por só agora retomar o diálogo mas ontem já não me foi possível fazê-lo.
Uma palavra para a “brilhante” “associação que me atribui entre klee e italo calvino que é de todo inexistente, pois que, se no que diz respeito ao primeiro conheço relativamente bem a obra “artística” e limitadamente a “teórica”, quanto ao segundo, no entanto, apenas li as “ seis propostas ...”, de onde “tirei” a óbvia metáfora, e um ou outro conto, sendo que lhe desconhecia de todo a “envergadura” que refere, tomo no entanto a devida nota assim como as outras referentes aos “cezannianos” portugueses que não deixarei de visitar assim que me deslocar ao porto com tempo para tal.
Concordo consigo quanto à limitação do termo "receptor" mas o facto é que existe um "instante" no qual o "dito receptor" se põe, ou é posto, perante a obra e em que é "isso" mesmo, receptor, a partir daí sim, poderá "deixar" de o ser já "dentro" do processo de que já falámos, é a minha opinião pelo menos.
Não pode imaginar o “prazer” que me dá “vê-la” falar assim de dois “senhores” que me são tão caros ;
Cezanne ; “significa” para mim a radicalidade absoluta em pintura, foi um homem, e digo isto como “curioso” que não domina os pormenores técnicos e de “contexto”, que teve a “necessidade” de destruir “toda e qualquer herança” afim de se entregar à “sua” visão do mundo e expressa-la pela arte, com “isso” fundou autenticamente, na minha opinião, a pintura moderna ; um “espírito inverso” em suma.
Vermeer é para mim um caso seríssimo de “perplexidade”, minha perplexidade, sempre que penso “um paradigma” do que é a Arte penso em vermeer entre (poucos) outros, ou seja, a capacidade que estes “eleitos” têm de provocar me aquilo que costumo pensar como “um franzir de sobrolho”, um “estranhamento” como diria o “tal” Bloom.
Este “franzir de sobrolho” que ocasionalmente me assalta e que me pode “tomar” nas circunstâncias mais variadas do dia a dia ; um gesto, uma frase, uma palavra, um olhar “cintilante” de mulher ; senti o pela primeira vez em Arte - que me lembre e ponho arte com A - com vermeer ; consigo hoje em dia “perceber” o que está por detrás desta perplexidade e que é “nada mais” do que a “afecção pelo paradoxo” – ou afecção tout court - de que já falámos, e vermeer, na sua “genialidade”, como que congela este momento, marca, e “inicia a posteridade” ; ou seja ; todo o movimento “cozinhado” durante séculos nas “periferias” e “subterrâneos” culturais da europa e que vêm a “culminar” na revolução técnica, científica, dos costumes, do renascimento, da reforma e da contra reforma de que a lara fala, é captado e projectado em “instante de descontinuidade radical” por vermeer que é, autenticamente e do meu ponto de vista, um “produtor de realidade” pois que soube agarrar se para fora do momento afim de olhar, captar e expressar o real (“eterno”) que se esconde por detrás da beleza da cintilação e expressá-lo para nós, “pobres perplexos”.
...
Creio que poderia considerar a situação que refere como "associação lógica e discurso coerente" como um dos "momentos" de que acima falo, assim como uma "espécie" de "perplexidade lacaniana a la lettre" mas não vou insistir mais no assunto. :)
...
Pareceu-me reconhecer ainda um interesse em lógica ou semiótica que, devo dizer, são "disciplinas" que me são bastante próximaas embora de uma maneira muito "pessoal".
Vejo agora como me alongo mas a culpa é sua lara, da sua simpatia e inteligência e digo isto sem a mínima intenção de a lisonjear é apenas e antes uma constatação. :)
atrevo-me mesmo a dizer sem qualquer tipo de pudor que a arte de vermeer é um fotográfica.
henrique pousão, pecou apenas por ter morrido cedo de mais, não devia. mas os géneos são assim. não têm lugar neste mundo. :)
quanto a cézanne, foi de facto um marco indelevel na ruptura das formas artísticas. foi o grande preconizador do cubismo e de todas as correntes artísticas que se lhe seguiram. tem toda a razão: apreendeu as formas da natureza, a realidade, privilegiando-a como tema cebntral das suas obras (crerio que me estou a repetir). enfim, é uma forma de se insurgir contra os academismos e demais ismos "decorrentes do antigo regime", rompeu os cânones...
[os avanços da técnica e da ciência resultantes da revolução indistrial, nomeadamente a bicicleta, os tubos de tinta, as paletas móveis, enfim, foram igualmente preponderantes para a pintura ao ar livre, (bem que confusão de discursos, mas estão-me a surgir imensas ideias... peço desculpa.. )]
Sim, concordo consigo, "esses" tais génios não são "deste" mundo.
Acredite que compreendo perfeitamente esse "sentimento" das ideias todas a surgirem ao mesmo tempo, têm me acontecido aqui neste seu "sítio" e têm levado a que alguns temas levantados por si tenham ficado, por enquanto, de fora.
Não era drª antes dª ... de qualquer forma queria "pedir le" que deixássemos esta 2ª pessoa "distanciada" (a la Benveniste) para "passarmos" ao "estado puro" da dita pessoa.
Que inveja! Que insatisfação não poder lá estar ! O Bob Dylan não é Sir é Génio !!
(de que incoerência falas ?)
Enquanto esperas :
Desolation Row.
They're selling postcards of the hanging They're painting the passports brown The beauty parlor is filled with sailors The circus is in town Here comes the blind commissioner They've got him in a trance One hand is tied to the tight-rope walker The other is in his pants And the riot squad they're restless They need somewhere to go As Lady and I look out tonight From Desolation Row.
Cinderella, she seems so easy "It takes one to know one," she smiles And puts her hands in her back pockets Bette Davis style And in comes Romeo, he's moaning "You belong to Me I Believe" And someone says, "You're in the wrong place, my friend You better leave" And the only sound that's left After the ambulances go Is Cinderella sweeping up On Desolation Row.
Now the moon is almost hidden The stars are beginning to hide The fortunetelling lady Has even taken all her things inside All except for Cain and Abel And the hunchback of Notre Dame Everybody is making love Or else expecting rain And the Good Samaritan, he's dressing He's getting ready for the show He's going to the carnival tonight On Desolation Row. Now Ophelia, she's 'neath the window For her I feel so afraid On her twenty-second birthday She already is an old maid To her, death is quite romantic She wears an iron vest Her profession's her religion Her sin is her lifelessness And though her eyes are fixed upon Noah's great rainbow She spends her time peeking Into Desolation Row.
Einstein, disguised as Robin Hood With his memories in a trunk Passed this way an hour ago With his friend, a jealous monk He looked so immaculately frightful As he bummed a cigarette Then he went off sniffing drainpipes And reciting the alphabet You would not think to look at him But he was famous long ago For playing the electric violin On Desolation Row.
Dr. Filth, he keeps his world Inside of a leather cup But all his sexless patients They're trying to blow it up Now his nurse, some local loser She's in charge of the cyanide hole And she also keeps the cards that read "Have Mercy on His Soul" They all play on penny whistles You can hear them blow If you lean your head out far enough From Desolation Row. Across the street they've nailed the curtains They're getting ready for the feast The Phantom of the Opera In a perfect image of a priest They're spoonfeeding Casanova To get him to feel more assured Then they'll kill him with self-confidence After poisoning him with words And the Phantom's shouting to skinny girls "Get outa here if you don't know" Casanova is just being punished for going To Desolation Row.
At midnight all the agents And the superhuman crew Come out and round up everyone That knows more than they do Then they bring them to the factory Where the heart-attack machine Is strapped across their shoulders And then the kerosene Is brought down from the castles By insurance men who go Check to see that nobody is escaping To Desolation Row.
They be to Nero's Neptune The Titanic sails at dawn Everybody's shouting "Which side are you on ?" And Ezra Pound and T. S. Eliot Fighting in the captain's tower While calypso singers laugh at them And fishermen hold flowers Between the windows of the sea Where lovely mermaids flow And nobody has to think too much About Desolation Row. Yes, I received your letter yesterday About the time the door knob broke When you asked me how I was doing Was that some kind of joke ? All these people that you mention Yes, I know them, they're quite lame I had to rearrange their faces And give them all another name Right now I can't read too good Dont send me no more letters no Not unless you mail them From Desolation Row.
apesar de ser fã fervorosa do tal "génio", considero altamente (A)imoral o facto de ter investido grande parte do lucro das vendas dos seus discos (gritantes, reaccionários, de intervenção - anti-bélicos, e blá blá blá) em acções de e que promoviam/incentivavam a criação e investigação de armas nucleares...
sim, por mais absurdo que possa parecer, já ouvi "new order" em (a / per)versão "chill out", numa sauna...
quanto ao album dos míticos joy division (e estremeço, suspirando profundamente) que referes... devo dizer que tenho uma relação de amor-ódio. quando era mais nova quase que cheguei a torcidar o pescoço do meu irmão porque não havia de maneira de parar de ouvir "aquilo":). achava insuportável [na altura tinha a mania dos blur, oasis, nirvana - o típico de uma miudita :/], . passados uns anitos, viciei-me. depois deixei de ouvir. interregno. há uns meses atrás o dito cujo adquiriu um significado novo, de tal forma diferente e pessoal(izado) que passou a constar da lista dos disquinhos proibidos.
Confesso que me escapa o sentido, que sem dúvida será muito interessante, das metáforas "chill out" mas isso dever se á concerteza quer ao meu desinteresse por saunas quer ao desconhecimento, quase "profundo", dos new order, que é banda que como já te disse não me interessa de sobremaneira ; quanto ao tal plágio, ainda há poucos minutos estava a passar na rádio e é de facto "gritante", embora "isso", seja, "de facto", irrelevante.
P.S - Também não li o "Equador", portanto, como vês, a minha ignorância é total.
terá sido o meu último comentário assim tão incompreensível? não recorri a qualquer metáfora, nuno!
chill out, é música para relaxar, para adormecer o tempo, tipo "música de elevador" mas neste caso destinada a outros espaços, contextos... habitualmente "musicada" pelos povos da américa central, nomeadamente do "equador"...!
não sou uma habituée de saunas, mas uma vez por outra, sabe-me bem. e divirto-me imenso a ouvir esse tipo de (a)versões musicais.
Ah. Agora percebi a tal "flauta de pan" (acho). Era então um daqueles casos de dificuldade (minha) em "dar" sentido à referência. Desculpa lara mas sou realmente muito ignorante em certo tipo de "situações". :)
De todo. Interessou me muito a referência às religiões do calendário lunar embora pense no pormenor que referes mais como "suspensão" do que como "adormecimento" do tempo.
O "sacrifício e a festa", sempre achei que o "sentido" do sacrifício nos chega "ancestralmente pervertido" ou seja, em termos "prácticos" passa se a sacrificar o outro quando o "sentido original" não seria esse - como no contratempo da lua azteca, ou maia, não tenho a certeza.
Não sei o nome da música mas passa a toda a hora na rádio e é um dueto, a brasileira digo, do "original" dos new order também não sei o nome e apenas me lembro de um verso que é assim : " ... I used to think that today would never come ... " têm um teledisco muito colorido. :)
O mais certo é ser uma "distorção" auditiva minha - um qualquer "regresso" auditivo - o que é certo é que sempre que ouço essa música penso na dita dos new order. Será grave ? :)
dou-me conta, neste preciso momento, de uma troca de nomes absolutamente vergonhosa: onde se lê erasmo de roterdão leia-se "martinho lutero", ó vida, vida...
Ah. Sim já vi. Sabes, não sou uma pessoa "religiosa", no entanto, interesso me muito por história das religiões e por "religiões" tout court, por "cultura" digamos.
Quanto ao Lutero e o protestantismo faz me pensar no "fabuloso" livro do M.Weber.
na realidade, posso considerar-me uma pessoa materialisticamente "religio", extremamente dependente, ligada, associada, àqueles que amo e que venero: família e amigos. são eles a minha religião.
naturalmente que também eu me interesso pelas questões relativas à "religião". constitui uma das "infra-estruturas" (marx :)) / basilares , e passo a redundância, imprescindíveis para compreender os comportamentos, mentalidades, culturas e demais esferas da sociais (dialéctica). as implicações são directas. ou indissociáveis (diria mesmo imiscuídas).
por acaso muitos dos livros que considero essenciais para a formação de um "cidadão" ocidental, abordam a "temática teológica", designadamente: "a génese cultural da europa sécs. v-viii" de michel banniard; "a ascenção do cristianismo no ocidente" de peter brown, bem como as obras de referência de mircea eliade.
"Materialisticamente religio" não sei o que seja, quanto ao Marx, que li quando era muito jovem, retenho principalmente a "ferramenta" de análise "histórico económica".
A "definição" que me dás de "religião" como "infra estrutura" é para mim indissociável da "cultura", ou seja, neste sentido "estrutural" de que falas, "cultura" e religião" são o mesmo, para mim.
Outra "coisa" será, talvez, o "fenómeno religioso" de que falava´e onde vim a encontrar verdadeiras "revelações" que remetem para o, "outro", "fenómeno da linguagem" ou da "produção da linguagem" ou da sua "origem" ou, até, "sentido".
Neste campo, e ao longo dos anos, tenho me deparado com "perplexidades imensas" ao nível da "escrita religiosa", tanto nos "propriamente ditos livros religiosos" ; Biblia (s), (Al)Corão, os textos egípcios, os "vedas", os "upanishades",os "excertos sumérios", "tibetanos", etc. etc. até às tradições "culturais de fundo" mais "subterrâneas" (e realço as aspas) como as "gnósticas" "árabe" e "católica",e, também, obviamente a tradição cultural judaica.
No "fundo" trata se sempre do "mesmo" assunto "bifacetado", ou não, e que "invariávelmente me "atira" para a lógica e a semiótica (a título de exemplo mais representativo) por um lado, e para a poesia por outro. (Para a Filosofia sempre, obviamente)
Neste "campo do fenómeno" devo dizer, tenho encontrado verdadeiras "preciosidades pessoais" como por exemplo alguns escritos "Ramblers" ou outros "sufis" ou outros da tradição "alquimista" (católica e não católica)ou até textos de "nô" ou até aos textos dos primórdios da "ciência da psicologia" como os que se encontram na "História da Loucura ..." do Foucault.
Enfim. Este é um "tema" sobre o qual poderia "balbuciar" durante dias "sem chegar" a lado nenhum e "dizer" centenas" de "nomes" sem que com isso ficasse (eu) mais esclarecido.
Já li os autores que referes e tenho grande respeito pela obra do Eliade assim como pela do Mauss do Dürkheim etc. até ao Bourdieau por quem tenho grande admiração, isto só para falar na escola francesa que é a que conheço melhor.
E claro que concordo contigo quando dizes que "estas" são ferramentas indispensáveis para compreender o "fenómeno humano", seja ele ocidental ou oriental ou vice versa. :)
Quanto à "dialéctica" não percebo muito bem o que queres dizer mas em função do que disse acima é óbvio que a "dialéctica",(o ramo dourado) como "ferramenta", refere, neste sentido, ao que acima disse sobre a lógica e a semiótica, por exemplo.
Abordas te "este" assunto e eu alonguei me em demasia, diz me por favor se com estes "balbuciamentos" me "imiscuo" naquilo que não devo, não é, nem nunca foi, minha intenção, apenas gosto de conversar sobre este tipo de assuntos.
139 comentários:
O virar tudo de pernas para o ar não é difícil, é algo que se atinge na inversão do sentido ao conceito o que atravessa toda a história do conhecimento desde os magos egípcios até ao "exijamos o impossível" do marcuse, o cabo dos trabalhos, ou o impossível, é a aplicação deste culminar do conceito na "práctica".
difícil não é certamente, na teoria. o cabo dos trabalhos é, infelizmente na prática, pelo factor impeditivo edificado pelas convenções social e moralmente impostas e instituídas.
Nem mais, diria até que este efeito "ordinário" de espalhamento ou do "tomar a parte pelo todo" é a verdadeira imagem de marca da nossa civilização ocidental. Um bicho que se defende muito bem.
...parece-me que é a lei da sobrevivência, nuno.
:/
como o compreendo...
Concordo consigo Lara. Ainda temos algum trabalho de esclarecimento a fazer nos enquanto espécie.
é a urgência. a nossa missão.
Mais que uma missão é uma necessidade, urgente.
"supra-urgentíssima", pena que nos embarguem a voz e nos cortem as asas. um pormenor que faz toda a diferença.
O tal efeito da "dupla inversão" que urge expor, sistemáticamente.
pois, "como?".
Se é uma pergunta que me faz tentar lhe ei responder em tempo. Com tempo.
era uma afirmação/constatação/evidência seguida de uma pergunta retórica. ou o princípio do inexplicavelmente contraditório. no entanto, terei o maior prazer em ler a sua resposta. serei toda "olhos".
:)
bom fim-de-semana.
Receio que sobre o assunto em questão não lhe possa apresentar respostas, antes, eventualmente, alguns balbuciamentos, o que é técnica que costumo usar para me despertar aos assuntos impossíveis como o que falávamos.
benditos "balbuciamentos", nuno!
benditos balbuciamentos... sigo atentamente as suas palavras, como uma crente devota.
... bastante mal ditos por vezes, ou quase sempre, é meu dever informa la disso ... :)
primeiro: adorei o facto de o nuno "conceder" à mulher direitos. :D.
segundo: diga bem.dito, diga mal.dito, mas diga! espirre, e espirre muito, que no final, certamente, lhe direi: "santinho"!
:D
somos livres para "cronicar" ou "prosear", como diria mia couto.
Se refere se ao "direito" devo devo dizer lhe que não sou "masculinista" nem "feminista" nem qualquer outro "ista" que lhe possa ocorrer, tratava se apenas de uma palavra num "contexto polido", digamos.
Quanto aos espirros devo dizer que a lara deve ser dotada de algum sentido especial pois nesta altura do ano farto me de espirrar em virtude da minha "febre dos fenos". N:
E sem dúvida que seremos livres agora santinho, "para mal dos meus pecados", é que com toda a certeza não sou. R:
;)
nuno, lamento que tenha considerado insultuoso o meu último comentário, longe de mim tal intenção. talvez não me tenha feito entender. nunca o considerei "ista", "ismo", "ice", "ito" ou "inho", nunca! muito pelo contrário!
relativamente à minha ironia do "santinho"..., vinha na sequência do meu penúltimo comentário... por associação ao "crente devota " e às "palavras", é que eu, quando costumo falar pelos cotovelos com
os meus amigos sobre o tudo-e-o-nada
da vida, costumo dizer "deixem-me espirrar!!" (sensação de libertação-expulsão/alívio, ou coisa parecida, de algo - como que um vírus -
que estaria a incomodar-me ou a perturbar, percebe? hum, talvez não...).
n. r. - são as suas iniciais, nuno?
[espero que não tenha levado a mal
o comentário... não era minha intenção ofendê-lo...]
Mas lara não tomei o seu comentário como tal, insultuoso quero dizer, de todo, sinceramente.
e percebo muito bem esta sua metáfora do espirro assim como percebi a do "santinho", o que passa é que por vezes sou demasiado formal nas palavras quando o não "deveria", talvez, ser.
Vê, o "deveria" outra vez, como fora uma costela kantiana que sempre irrompe. :)
Sim, n.r são as iniciais do meu nome.
...
estou a "ver"..., um senhor com...
"princípios". :D.
Confesso que não mantenho uma relação pacífica com a dita costela,costumo sabotá la internamente virando a sua "razão práctica" contra a sua "razão pura", mas sim, acho que sou uma "pessoa" com um ou outro principio. R:
o que interessa mesmo é a intenção.
[tempos houve em que me sentia uma
pró-kanteana, mas já passou...]
Não me considero pro ou contra "kantiano", a minha posição é a de que o somos todos um pouco, de uma forma ou de outra.
claro que sim!!! eu acompanhei o seu raciocínio, compreendi e compreendo o seu pensamento! referi, apenas, que há muito, muito tempo atrás, quando descobri kant pela primeira vez [teria uns 16 ou 17 anitos] identifiquei-me imenso com a sua filosofia.
não faz qualquer sentido ser ortodoxo, em relação a nada.
Claro que não. Os modelos apenas deveriam servir para alimentar a nossa imaginação activa, "objectiva".
De qualquer forma, com a idade que refere, é natural que fique uma impressão forte. Por essas idades ter me à acontecido o mesmo com Platão e depois com Nietzsche.
nietzsche, nietzsche... ainda hoje me
me tira o sono...
... imenso nietzsche, um autor que não é nada fácil, talvez pela sua aparente simplicidade.
Ainda há poucos dias deparei com uma observação muito curiosa que dizia ; primeiro, que freud era uma espécie de ´"culminar" de nietzsche, e segundo que ambos "apenas" eram mais um episódio na longa história do xamanismo. Não posso deixar de manifestar uma certa "simpatia" com esta opinião, do Bloom, salvo erro.
essa asserção suscitou-me o interesse, onde é que a leu? de que bloom se refere, de allan bloom?
acho brilhante essa associação! no fundo todos (nós) procuram(os) a justificação de si próprios.
... bem como a essência e o fim.
Harold Bloom. Suponho que para um "gnóstico étnico" como ele este tipo de "asserção digital" lhe saia muito naturalmente.
...
não conheço, mas deve ser bastante interessante. tem obras publicadas cá, em portugal? é um autor generalista, ou tem ensaios específicos sobre a filosofia das religiões, freud e nietzche, (perdoe-me a eventual incorrecção, ou inverdade, desta minha definição, mas como o nuno já deve ter percebido, sou muito empírica, e extremamente ignorante, no que concerne à filosofia...)...
fiquei, mesmo!, muito curiosa!
é um pensador contemporâneo, recente...? é que nunca li nada sobre o senhor, e pior: parece-me ser mesmo muito bom, :/
É um "crítico literário" ; ensaísta ; já li um ou outro ensaio sobre "religião" mas em inglês ; em português, que eu tenha lido, têm a "angústia da influência" (vale a pena ler e é "sobre" o "acto poético" - creio que foi editado, ou reeditado em port. há pouco tempo.) e "o cânone ocidental" - É um grande admirador de Shakespeare.
... ah que "bonito". registei!
"Bonito" não será propriamente a palavra adequada, do meu ponto de vista obviamente. :)
objectivamente: "bonito", não será.
subjectivamente: "bonito", será. ou deve ser, para mim, visto que estará em conformidade, ou abordará temas e levantará questões que serão do meu agrado, do meu "gosto pessoal"... portanto, "bonito", deve ser, certamente para mim.
mas compreendi perfeitamente, o seu "ponto de vista" e reconheço o mau uso do termo "bonito", por isso é que o coloquei entre-aspas.
Obviamente que vi as aspas e apenas "polemizava" um pouco e afinal, "objectivamente bonito" é noção que me escapa, dito isto, não considero que tenha sido "mau uso".
Quanto ao Bloom vale a pena ler, é um grande ensaísta, um pouco polémico talvez mas muito conceituado.
Qual efeito expressionista ao retardador o estar a falar da "angústia da influência" fez me pensar de seguida nas "migalhas filosóficas" do Kierkegaard e imediatamente a seguir, também por associação, no "wostward ho" do beckett, é muito interessante sem dúvida.
que palavras tão acertadas...
...
...
nuno, permita-me que lhe faça uma pergunta muito simples, para a qual terá toda a liberdade para não me responder :), mas tem formação em que área do conhecimento?
...
...
perdoe-me o atrevimento...
A minha "formação" é de curioso, sempre muito interessado em todos os "modelos de linguagem" ... em tempos frequentei, e frequentei, Filosofia, mas não cheguei a concretizar.
A que acerto das palavras se refere lara ?
qualifiquei de "acertadas", no sentido de "bem pensadas" - associação lógica, interessante, e discurso coerente.
a "linguagem" é uma expressão tão polissémica e prolífica nas suas "formas" de manifestação... muito interessante, de facto, a sua resposta.
;)
Continua a deixar me muito intrigado lara.
Se refere se ao "efeito expressionista ao retardador" obviamente que estou a pensar no célebre diagrama de klee.
Quanto às três obras que citei encontro lhes um tema comum cuja "origem" atribuo a kierkegard mas que suponho seja mais, bastante mais remoto.
A polissemia, bem sempre estou de sobreaviso`quanto ao efeito de fragmentação no receptor. ;)
boa tarde, nuno.
o seu comentário foi agora mesmo motivo para uma boa gargalhada: deixei-o "intrigado"?!?!, expressão tão ambígua, quanto pejorativa...
então por quê?
muito sinceramente, não vejo motivo para se sentir "intrigado".
p.s. a propósito da polissemia: klee, foi dos primeiros artistas plásticos a conceder ao espectador liberdade interpretativa (creio que foi ele que disse um dia que uma cidade pode ser uma selva, uma pauta musical...), recorrendo, precisamente, ao formalismo expressivo, basilar e universal susceptível, à subjectividade (e intersubjectividade-interpretativa) vs historicismo/condicionalismos retóricos, em nome da liberdade e do espiritual na arte, na natureza humana (numa época que sofria os estilhaços da guerra...).
nuno, vou ter que me ausentar, por breves segundos, mas já regresso.
;)
quero responder-lhe, devidamente, "com cabecinha e com calma":), com o tempo devido.
:)
O meu "intrigamento" referia se à "associação lógica e discurso coerente" que atribuia ao meu comentário pois, efectivamente, a haver algum fio ou "associação" no dito comentário este seria do tipo "heurístico" e não propriamente lógico.
Obviamente que com isto quero dizer que não havia qualquer intenção insultuosa ou humurística, de todo.
Sou grande apreciador de klee quer como pintor quer como "teórico da arte" e fico contente por saber que ele "concedia" o que quer que fosse ao espectador, simpático da parte dele.
Como deve "depreender" da minha formação "específica" de curioso os meus comentários são isso mesmo, de curioso,e tenho, por esse mesmo motivo uma certa dificuldade em acompanhar a sua erudita dissertação sobre klee/polissemia que, no entanto, me fez pensar na "moderna" semântica francesa.
Uma pequena nota, talvez polémica para kandinski de quem aprecio algumas "fases" mas a quem, contrapondo o a klee, não reconheço a "envergadura" teórica, nem "artística", do mesmo.
Terei talvez de reler a tal "espiritual(idade) na
arte".
:)
oh nuno, queira desculpar-me destas minhas delongas, bem como da intermitência dos meus comentários pouco ou nada esclarecedores, mas o dia de hoje tem sido um bocadinho atribulado... tenho o meu quarto de pantanas e a sala-de-estar um caos, porque estou a organizar as minhas coisitas para partir amanhã de manhã para lx... pelo que não lhe tenho dado a devida atenção que tanto merece...
não me esqueci de si, acredite! estou é um bocadINHO atarefada, ocupada noutros afazeres...
mas olhe, em linhas muito sumárias
devo dizer que concordo absolutamente consigo no que toca à obra de kandinsky, extremamente redutora e estagnada numa corrente artística, "cortes, dissonância, pausas", transpôs para a tela o ritmo e "pouco mais" (traduziu visualmente a música contemporânea e pouco mais, quer dizer não foipouco :), mas não ousou, nem foi arrojado), não se libertou, nem ousou explorar mais em termos conceptuais... digo eu. ao passo que klee, ainda hoje se discute. klee não "concedeu" nada, klee "apresentou" expôs aos "olhos" do mundo, foi pioneiro e soube explorar como poucos a forma, o conteúdo, e a empatia (relação de afecto) aliados à obra de arte. abriu um caminho novo para o enetendimento/ou/fruição (elevou à mesma unidade) de uma obra.
o nome maior dos preconizadores da "obra aberta".
[escreverei mais loguito :), okay?]
atribuiu uma relevÂncia fulcral ao papel do sujeito que contempla um exemplar artístico. em suma, os signos só passarão a ser referÊncias visuais e elementos sígnicos, representamens, em virtude do que "olho" que observa, isto é, uma obra de arte, para o ser, e para se tornar como tal, terá de ser sempre! polissémica e universal.
em suma, foi exímio em elevar a uma unidade comum o "l' art pou l'art", e a tal máxima que ficou :"eu vejo não o que o pintor, pintor, mas aquilo que eu sou". haverá liberdade maior e dignidade maior num artista do que engradecer o próprio sujeito que a contempla. como ele, só reconheço de momento malevich, gaudí, miró... (e pollock - mas num palno ligeiramente diferente.) e outros tantos nomes influenciados pela bendita bahaus.
:)
até já!
Devo dizer que concordo consigo no que diz respeito ao kandinski que, suponho, gostaria de ter sido músico à séria.
Quanto ao klee estou fascinado com o seu comentário, sério que estou, primeiro porque klee é um dos meus três pintores de eleição, com vermeer e cezanne, e depois, e principalmente, porque a atitude perante a arte sobre a qual tão bem discorre - (têm formação em história da arte ?)- é muito similar àquela que procuro, ou seja, não faz sentido, para mim, a produção "sistemática" de "estilhaços referenciais" - a tal "arte pela arte" como a entendo pelo menos - sem que se "assente" primeiro um "fundo" de sentido, atingido, que possa estabelecer, de uma forma sustentada, a tela onde esses "solos referenciais" possam sobressaír e produzir "sentido", ler afecção, no receptor da obra ; o tal "equilibrio" entre o "efeito polissémico" e a "universalidade" que a lara refere, e isto porque, o "sentido" da arte, para mim, passa sempre - afinal a arte é comunicação - pela intervenção, no sentido da transformação e para isso têm que ser "criadas" na própria obra as "ferramentas" que permitam um efectivo trabalho de interpretação.
E isso é que é o "cabo dos trabalhos" :)
Perdoe me os "balbuciamentos" mas trata se de um "tema" que me é bastante "caro".
Repito me ao dizer que é um enorme prazer "falar" consigo e disponha sempre, aqui, no meu blog, no mail que lhe está apenso, ou por qualquer outro meio que ache conveniente. ;)
... trata se no fundo do "eterno" problema do equilibrio entre o "peso" e a "leveza" de que fala calvino no que diz respeito à produção da "forma da obra".
nuno, peço-lhe encarecidamente que não "lamente" os seus (inexistentes) "balbuciamentos" se não fico a sentir-me extremamente desconfortável , visto que as apreciações que faço não são nada de especial, são apenas especulações e suposições pessoais que vou "surzindo" do que vou lendo e vendo, aqui e ali, muitas das quais destituídas de um rigor ou fundamento científico e despropositadas... a sério, sou apenas, mais uma inveterada e inquietante e patologicamente curiosa... pois que tudo o que digo ou possa congeminar raramente o poderão esclarecer, ou apaziguar qualquer questão que urge ser "debelada" ou "apaziguada" :).
...
agradeço imenso a gentileza da cedência do seu blogue para qualquer eventualidade, ou dúvida que entretanto me possa surgir. o meu sincero agradecimento, nuno.
...
a invocação do autor que citou, calvino, foi absolutamente pertinente. brilhante!. tanto ele, como klee, encontraram na participação/intervenção activa e do "receptor", o ponto de equílibrio, mediador, entre o dois polos necessários para o acto criador, ou da concepção artística. mas "receptor", parece-me neste contexto um conceito muito redutor, visto que não se confina a "receber", mas é ele próprio agente propulsor.
...
se gosta de cézanne, sugiro que visite o museu soares dos reis, sito na cidade do porto. possui um espólio riquíssimo de exemplares modernistas, muitos dos quais pouco divulgados e com efeito pouco conhecidos do grande público. veja a obra de henrique pousão, conteporâneo de paul cézanne, bloseiro da fba e estudante da escola de paris, frequentou e ingressou no mesmo espírito do modernismo francês. as suas obras exploram exactamente os mesmo temas do grande cézanne, cujo o fucro incide sobre as questóes da luz e da cor enquanto instrumento modelador das formas, absolutamente genial!, a par da procura das formas geométricas, primárias e basilares, a propósito da pureza das formas (tão ascéticas e rígidas que chega a parecer que o objecto perde o seu referente, transporatndo-nos para um proto-surrealismo, a sério! )e do tendente naturalismo (tão lumínico que quase se equipara a hopper - que a meu ver ver nem é naturalista, realista, mas sim surrealista, mas esta é outra história...:) )
...
vermeer, é vermeer e dispensa qualquer tipo de apresentação :).
só dou graças a deus por ser da antuérpia, país protestante e não católico (apesar de estar a brincar, sem qualquer tipo de malícia, o factor geográfico-religioso-político, condiciona indelevelmente qualquer concepção artística, e neste caso erasmo de roterdão e outros pensadores foram preponderantes, naturalmente), predispoe para uma liberdade de espírito maior, descontaminda, retratou o real da realidade, profana, situações comezinhas e temporais à "luz" , de uma "luz" profana, provinda do sol, dos espelhos e dos relfexos, dissecou na tela uma realidade laica, profana. secular. daí a sensiblidade e sedução magnética que as suas obras suscitam. só aqueles veludos... aqueles brilhantesm critais, enfim... um pecado tentador, de facto :).
...
nuno, muito obrigada pela lucidez e clarividência das suas palavras, que abrilhantam este meu/nosso espaço.
o prazer é recíproco, e desculpe-me do dia de hoje, absolutamente caótico... tão caótico quanto o meu paupérrimo raciocínio...
:)
p.s.: ao referir "associação lógica e discurso coerente" queria felicitá-lo pela pertinência da associação seguida de uma justificação sólida, com fundamento, de todo incoerente, irracional/ilógica ou despropositada.
bem sei que é um promenor despiciendo, mas já que foi "falado"... sim, estudei histõria da arte, e tenho um minor não especificado em ciências da comunicação, curiosamente na vertente da "arte e comunicação", com outras disciplinas/interesses pelo meio :).
no entanto o meu objecto de estudo e a minha formação profissional ocupam-se do património arquitectónico. uma área pela qual nutro o maior carinho,mas que... em face da qual me sinto, porém, tremendamente frustada e impotente.
Boa tarde Lara.
Peço lhe antes do mais desculpa por só agora retomar o diálogo mas ontem já não me foi possível fazê-lo.
Uma palavra para a “brilhante” “associação que me atribui entre klee e italo calvino que é de todo inexistente, pois que, se no que diz respeito ao primeiro conheço relativamente bem a obra “artística” e limitadamente a “teórica”, quanto ao segundo, no entanto, apenas li as “ seis propostas ...”, de onde “tirei” a óbvia metáfora, e um ou outro conto, sendo que lhe desconhecia de todo a “envergadura” que refere, tomo no entanto a devida nota assim como as outras referentes aos “cezannianos” portugueses que não deixarei de visitar assim que me deslocar ao porto com tempo para tal.
Concordo consigo quanto à limitação do termo "receptor" mas o facto é que existe um "instante" no qual o "dito receptor" se põe, ou é posto, perante a obra e em que é "isso" mesmo, receptor, a partir daí sim, poderá "deixar" de o ser já "dentro" do processo de que já falámos, é a minha opinião pelo menos.
Não pode imaginar o “prazer” que me dá “vê-la” falar assim de dois “senhores” que me são tão caros ;
Cezanne ; “significa” para mim a radicalidade absoluta em pintura, foi um homem, e digo isto como “curioso” que não domina os pormenores técnicos e de “contexto”, que teve a “necessidade” de destruir “toda e qualquer herança” afim de se entregar à “sua” visão do mundo e expressa-la pela arte, com “isso” fundou autenticamente, na minha opinião, a pintura moderna ; um “espírito inverso” em suma.
Vermeer é para mim um caso seríssimo de “perplexidade”, minha perplexidade, sempre que penso “um paradigma” do que é a Arte penso em vermeer entre (poucos) outros, ou seja, a capacidade que estes “eleitos” têm de provocar me aquilo que costumo pensar como “um franzir de sobrolho”, um “estranhamento” como diria o “tal” Bloom.
Este “franzir de sobrolho” que ocasionalmente me assalta e que me pode “tomar” nas circunstâncias mais variadas do dia a dia ; um gesto, uma frase, uma palavra, um olhar “cintilante” de mulher ; senti o pela primeira vez em Arte - que me lembre e ponho arte com A - com vermeer ; consigo hoje em dia “perceber” o que está por detrás desta perplexidade e que é “nada mais” do que a “afecção pelo paradoxo” – ou afecção tout court - de que já falámos, e vermeer, na sua “genialidade”, como que congela este momento, marca, e “inicia a posteridade” ; ou seja ; todo o movimento “cozinhado” durante séculos nas “periferias” e “subterrâneos” culturais da europa e que vêm a “culminar” na revolução técnica, científica, dos costumes, do renascimento, da reforma e da contra reforma de que a lara fala, é captado e projectado em “instante de descontinuidade radical” por vermeer que é, autenticamente e do meu ponto de vista, um “produtor de realidade” pois que soube agarrar se para fora do momento afim de olhar, captar e expressar o real (“eterno”) que se esconde por detrás da beleza da cintilação e expressá-lo para nós, “pobres perplexos”.
...
Creio que poderia considerar a situação que refere como "associação lógica e discurso coerente" como um dos "momentos" de que acima falo, assim como uma "espécie" de "perplexidade lacaniana a la lettre" mas não vou insistir mais no assunto. :)
...
Pareceu-me reconhecer ainda um interesse em lógica ou semiótica que, devo dizer, são "disciplinas" que me são bastante próximaas embora de uma maneira muito "pessoal".
Vejo agora como me alongo mas a culpa é sua lara, da sua simpatia e inteligência e digo isto sem a mínima intenção de a lisonjear é apenas e antes uma constatação. :)
o nuno disse tudo, deixou-me sem palavras.
atrevo-me mesmo a dizer sem qualquer tipo de pudor que a arte de vermeer é um fotográfica.
henrique pousão, pecou apenas por ter morrido cedo de mais, não devia. mas os géneos são assim. não têm lugar neste mundo. :)
quanto a cézanne, foi de facto um marco indelevel na ruptura das formas artísticas. foi o grande preconizador do cubismo e de todas as correntes artísticas que se lhe seguiram. tem toda a razão: apreendeu as formas da natureza, a realidade, privilegiando-a como tema cebntral das suas obras (crerio que me estou a repetir). enfim, é uma forma de se insurgir contra os academismos e demais ismos "decorrentes do antigo regime", rompeu os cânones...
[os avanços da técnica e da ciência resultantes da revolução indistrial, nomeadamente a bicicleta, os tubos de tinta, as paletas móveis, enfim, foram igualmente preponderantes para a pintura ao ar livre, (bem que confusão de discursos, mas estão-me a surgir imensas ideias... peço desculpa.. )]
...
o prazer é todo meu!
"génios"...
Sim, concordo consigo, "esses" tais génios não são "deste" mundo.
Acredite que compreendo perfeitamente esse "sentimento" das ideias todas a surgirem ao mesmo tempo, têm me acontecido aqui neste seu "sítio" e têm levado a que alguns temas levantados por si tenham ficado, por enquanto, de fora.
mas ao contrário do nuno, peco pela falta de serenidade descritiva, ou expositiva, a minha cabeça está em constante implosão, "aqui". consigo.
:)
pelo que por vezes "não consigo":), ou falta-me a coerência límpida do discurso.
De todo lara, a minha cabeça têm atingido por "aqui" estados muito semelhantes aos que me "descreve". :) Absolutamente caóticos.
então, mais dia menos dia, quando menos esperarmos a "ordem" bater-nos-á à porta.
:)
A ordem sempre aparece lara, pode tardar por vezes, mas aparece, estejamos atentos ao seu toque. :)
eu estou à espreita, com os olhos (do espírito) bem abertos.
a porta que se lixe ;)!
Sou da sua opinião em relação à porta, seria até mais veemente no manifestar me ... ;)
não queira ver-me a manifestar com veemência... entro em órbita.
[prefiro as janelas às portas, estas geralmente estão sempre fechadas à chave... hum, no me piacce:)]
... o quê, as portas,as janelas, as chaves, todas em uníssono ?
as portas.
:)
E quanto às chaves ? :)
nunca as encontro...
e já nem me dou ao trabalho de as procurar.
@estado: resignação. cansaço. e absentismo.
:(
conformada.
Não acredito nesse estado conformado nem por um, digamos, dois segundos ... :)
(Sabe lara "isto" "aqui" consigo é o que posso chamar uma tarde bem passada)
...
...
merci#1.
(Repito o comentário posterior.)
... .
olhe nuno, grata estou eu pela sua visita a este espaço do qual já faz parte.
é seu.
Obrigado, não deixarei de voltar.
...
só não escrevo "be my guest", porque como já referi, este espaço não tem portas, nem chave, nem guardiã.
venha sempre que o desejar.
Assim o farei com toda a certeza.
"sempre que desejar".
:)
"desejarei" inevitavelmente. :)
para quê evitar...?
;)
Sim, porquê ? ;)
pois, "porquê", seria um disparate...
não faria sentido.
:)
Porquê não faria sentido ? :)
admito que tenho uma veia'zinha' pró-porqueana, mas neste caso não faz qualquer sentido.
;)
Falamos de quê ? Porquê neste caso ?
Antes, porquê "neste" caso ? Do que falamos é "irrelevante. :)
da sua visita. da sua presença neste espaço.
Se não faz sentido a minha presença neste espaço despeço me, boa noite lara. :)
?!?!
não nada disso! não tinha reparado na sua última questão?
claro que não.
[está a brincar, não está? :)]
Tenho mesmo de a "deixar" por hoje, boa noite lara. ;)
boa noite, nuno.
;)
Boa tarde lara.
... já agora ...
... chegávamos ...
... aos 100 ...
... comentários: :)
:)
boa tarde senhor nuno.
É um prazer "regressar" ao seu "convívio" sra dª lara. :)
!!!!!!!!!!!
:)
!!!!!!!!!!!!!!!
pois é!!!
então faltam mais dois!!
força lá com isto!
não!!! eu, dr.ª não....
o senhor nuno, sim, e que Grande doutor!
"isto" do dr. é tão irrelevante...
Não era drª antes dª ... de qualquer forma queria "pedir le" que deixássemos esta 2ª pessoa "distanciada" (a la Benveniste) para "passarmos" ao "estado puro" da dita pessoa.
"Não sou nada" que comeÇe por d. ;)
ah! assim está (bem) melhor!
Concorda(s) então ? :)
concordo pois!
nem se pergunta!
:)
"como estás?" - a elementar.
;)
Infelizmente a "trabalhar", sim, com aspas, porque o trabalho, o "verdadeiro", é esse de que falas. ;)
(não pochtach nada hoch ?)
...
...
...
sir bob dylan espera-me.
;)
"sir", entre-aspas...
do seu historial consta um exemplo (in)feliz da incoerência. mas pronto... gosto tanto dele que o perdoo.
Que inveja! Que insatisfação não poder lá estar ! O Bob Dylan não é Sir é Génio !!
(de que incoerência falas ?)
Enquanto esperas :
Desolation Row.
They're selling postcards of the hanging
They're painting the passports brown
The beauty parlor is filled with sailors
The circus is in town
Here comes the blind commissioner
They've got him in a trance
One hand is tied to the tight-rope walker
The other is in his pants
And the riot squad they're restless
They need somewhere to go
As Lady and I look out tonight
From Desolation Row.
Cinderella, she seems so easy
"It takes one to know one," she smiles
And puts her hands in her back pockets
Bette Davis style
And in comes Romeo, he's moaning
"You belong to Me I Believe"
And someone says, "You're in the wrong place, my friend
You better leave"
And the only sound that's left
After the ambulances go
Is Cinderella sweeping up
On Desolation Row.
Now the moon is almost hidden
The stars are beginning to hide
The fortunetelling lady
Has even taken all her things inside
All except for Cain and Abel
And the hunchback of Notre Dame
Everybody is making love
Or else expecting rain
And the Good Samaritan, he's dressing
He's getting ready for the show
He's going to the carnival tonight
On Desolation Row.
Now Ophelia, she's 'neath the window
For her I feel so afraid
On her twenty-second birthday
She already is an old maid
To her, death is quite romantic
She wears an iron vest
Her profession's her religion
Her sin is her lifelessness
And though her eyes are fixed upon
Noah's great rainbow
She spends her time peeking
Into Desolation Row.
Einstein, disguised as Robin Hood
With his memories in a trunk
Passed this way an hour ago
With his friend, a jealous monk
He looked so immaculately frightful
As he bummed a cigarette
Then he went off sniffing drainpipes
And reciting the alphabet
You would not think to look at him
But he was famous long ago
For playing the electric violin
On Desolation Row.
Dr. Filth, he keeps his world
Inside of a leather cup
But all his sexless patients
They're trying to blow it up
Now his nurse, some local loser
She's in charge of the cyanide hole
And she also keeps the cards that read
"Have Mercy on His Soul"
They all play on penny whistles
You can hear them blow
If you lean your head out far enough
From Desolation Row.
Across the street they've nailed the curtains
They're getting ready for the feast
The Phantom of the Opera
In a perfect image of a priest
They're spoonfeeding Casanova
To get him to feel more assured
Then they'll kill him with self-confidence
After poisoning him with words
And the Phantom's shouting to skinny girls
"Get outa here if you don't know"
Casanova is just being punished for going
To Desolation Row.
At midnight all the agents
And the superhuman crew
Come out and round up everyone
That knows more than they do
Then they bring them to the factory
Where the heart-attack machine
Is strapped across their shoulders
And then the kerosene
Is brought down from the castles
By insurance men who go
Check to see that nobody is escaping
To Desolation Row.
They be to Nero's Neptune
The Titanic sails at dawn
Everybody's shouting
"Which side are you on ?"
And Ezra Pound and T. S. Eliot
Fighting in the captain's tower
While calypso singers laugh at them
And fishermen hold flowers
Between the windows of the sea
Where lovely mermaids flow
And nobody has to think too much
About Desolation Row.
Yes, I received your letter yesterday
About the time the door knob broke
When you asked me how I was doing
Was that some kind of joke ?
All these people that you mention
Yes, I know them, they're quite lame
I had to rearrange their faces
And give them all another name
Right now I can't read too good
Dont send me no more letters no
Not unless you mail them
From Desolation Row.
Obrigado, realmente começava a ter que "correr" muito. :)
apesar de ser fã fervorosa do tal "génio", considero altamente (A)imoral o facto de ter investido grande parte do lucro das vendas dos seus discos (gritantes, reaccionários, de intervenção - anti-bélicos, e blá blá blá) em acções de e que promoviam/incentivavam a criação e investigação de armas nucleares...
[este assunto ainda hoje me revira o estômago...]
Sim, já tinha "ouvido" falar disso.
Bom concerto...
...
...
antes ouvir essa música do que suportar a dos new order (que venero) em flauta de pan...
[este tipo de "esperas", assim, sabem-me bem...]
vou ter de sair, agora...
...
**seus.
obrigada, nuno.
beijinhos da lara.
New Order ? É giro, têm algumas músicas giras, não conheço "exaustivamente".
...
Já o "Unknown Pleasures" é um grande disco. :)
bjs lara.
sim, por mais absurdo que possa parecer, já ouvi "new order" em (a / per)versão "chill out", numa sauna...
quanto ao album dos míticos joy division (e estremeço, suspirando profundamente) que referes... devo dizer que tenho uma relação de amor-ódio. quando era mais nova quase que cheguei a torcidar o pescoço do meu irmão porque não havia de maneira de parar de ouvir "aquilo":). achava insuportável [na altura tinha a mania dos blur, oasis, nirvana - o típico de uma miudita :/], . passados uns anitos, viciei-me. depois deixei de ouvir. interregno. há uns meses atrás o dito cujo adquiriu um significado novo, de tal forma diferente e pessoal(izado) que passou a constar da lista dos disquinhos proibidos.
[... "a sanity demand"].
**teus.
:) Voltando aos new order tenho ouvido ultimamente por aí uma música brasileira (um dueto) que é um plágio descarado dos dotos, new order.
New Order na sauna ?! :)
olá nuno.
.sim, ouvi uma interpretação "equatoriana" dos new order, em chill out ou "coisa parecida", numa sauna...
.ah sim... em brasileiro...
*inho.
Boa tarde Lara.
Confesso que me escapa o sentido, que sem dúvida será muito interessante, das metáforas "chill out" mas isso dever se á concerteza quer ao meu desinteresse por saunas quer ao desconhecimento, quase "profundo", dos new order, que é banda que como já te disse não me interessa de sobremaneira ; quanto ao tal plágio, ainda há poucos minutos estava a passar na rádio e é de facto "gritante", embora "isso", seja, "de facto", irrelevante.
P.S - Também não li o "Equador", portanto, como vês, a minha ignorância é total.
**
terá sido o meu último comentário assim tão incompreensível?
não recorri a qualquer metáfora, nuno!
chill out, é música para relaxar, para adormecer o tempo, tipo "música de elevador" mas neste caso destinada a outros espaços, contextos... habitualmente "musicada" pelos povos da américa central, nomeadamente do "equador"...!
não sou uma habituée de saunas, mas uma vez por outra, sabe-me bem. e divirto-me imenso a ouvir esse tipo de (a)versões musicais.
Ah. Agora percebi a tal "flauta de pan" (acho). Era então um daqueles casos de dificuldade (minha) em "dar" sentido à referência. Desculpa lara mas sou realmente muito ignorante em certo tipo de "situações". :)
"Adormecer" o tempo parece me interessante.
de "ignorante", não tens nada.
a "gauche", sou eu.
:)
e já agora, a que música brasileira te referes?
De todo. Interessou me muito a referência às religiões do calendário lunar embora pense no pormenor que referes mais como "suspensão" do que como "adormecimento" do tempo.
O "sacrifício e a festa", sempre achei que o "sentido" do sacrifício nos chega "ancestralmente pervertido" ou seja, em termos "prácticos" passa se a sacrificar o outro quando o "sentido original" não seria esse - como no contratempo da lua azteca, ou maia, não tenho a certeza.
Não sei o nome da música mas passa a toda a hora na rádio e é um dueto, a brasileira digo, do "original" dos new order também não sei o nome e apenas me lembro de um verso que é assim : " ... I used to think that today would never come ... " têm um teledisco muito colorido. :)
essa é a "true faith" dos new order!! tenho de ir pesquisar essa tal "coisa", em brasileiro ...
[tremo só de pensar na aberração..]
parece-me que era da civilização maia...
:)
Já deves ter ouvido concerteza talvez não tenhas prestado atenção ... ou então seja dos meus ouvidos ... :)
**
"Good luck" ; Vanessa Mata e Ben Harper. Ouve o refrão.
ah! já sei qual é!
tenho de ouvir com calma. assim, de memória, não consigo encontrar grandes afinidades... tenho de ouvir com (muita) atenção.
;)
O mais certo é ser uma "distorção" auditiva minha - um qualquer "regresso" auditivo - o que é certo é que sempre que ouço essa música penso na dita dos new order. Será grave ? :)
essa situação acontece-me com frequência.
dou-me conta, neste preciso momento, de uma troca de nomes absolutamente vergonhosa: onde se lê erasmo de roterdão leia-se "martinho lutero", ó vida, vida...
Como estás ?
Ah. Sim já vi. Sabes, não sou uma pessoa "religiosa", no entanto, interesso me muito por história das religiões e por "religiões" tout court, por "cultura" digamos.
Quanto ao Lutero e o protestantismo faz me pensar no "fabuloso" livro do M.Weber.
... pelo fenómeno religioso em "suma" :)
estou bem, obrigada. pronta para as férias!
na realidade, posso considerar-me uma pessoa materialisticamente "religio", extremamente dependente, ligada, associada, àqueles que amo e que venero: família e amigos. são eles a minha religião.
naturalmente que também eu me interesso pelas questões relativas à "religião". constitui uma das "infra-estruturas" (marx :)) / basilares , e passo a redundância, imprescindíveis para compreender os comportamentos, mentalidades, culturas e demais esferas da sociais (dialéctica). as implicações são directas. ou indissociáveis (diria mesmo imiscuídas).
por acaso muitos dos livros que considero essenciais para a formação de um "cidadão" ocidental, abordam a "temática teológica", designadamente: "a génese cultural da europa sécs. v-viii" de michel banniard; "a ascenção do cristianismo no ocidente" de peter brown, bem como as obras de referência de mircea eliade.
talvez já os tenhas lido...
;)
Como estás.
"Materialisticamente religio" não sei o que seja, quanto ao Marx, que li quando era muito jovem, retenho principalmente a "ferramenta" de análise "histórico económica".
A "definição" que me dás de "religião" como "infra estrutura" é para mim indissociável da "cultura", ou seja, neste sentido "estrutural" de que falas, "cultura" e religião" são o mesmo, para mim.
Outra "coisa" será, talvez, o "fenómeno religioso" de que falava´e onde vim a encontrar verdadeiras "revelações" que remetem para o, "outro", "fenómeno da linguagem" ou da "produção da linguagem" ou da sua "origem" ou, até, "sentido".
Neste campo, e ao longo dos anos, tenho me deparado com "perplexidades imensas" ao nível da "escrita religiosa", tanto nos "propriamente ditos livros religiosos" ; Biblia (s), (Al)Corão, os textos egípcios, os "vedas", os "upanishades",os "excertos sumérios", "tibetanos", etc. etc. até às tradições "culturais de fundo" mais "subterrâneas" (e realço as aspas) como as "gnósticas" "árabe" e "católica",e, também, obviamente a tradição cultural judaica.
No "fundo" trata se sempre do "mesmo" assunto "bifacetado", ou não, e que "invariávelmente me "atira" para a lógica e a semiótica (a título de exemplo mais representativo) por um lado, e para a poesia por outro. (Para a Filosofia sempre, obviamente)
Neste "campo do fenómeno" devo dizer, tenho encontrado verdadeiras "preciosidades pessoais" como por exemplo alguns escritos "Ramblers" ou outros "sufis" ou outros da tradição "alquimista" (católica e não católica)ou até textos de "nô" ou até aos textos dos primórdios da "ciência da psicologia" como os que se encontram na "História da Loucura ..." do Foucault.
Enfim. Este é um "tema" sobre o qual poderia "balbuciar" durante dias "sem chegar" a lado nenhum e "dizer" centenas" de "nomes" sem que com isso ficasse (eu) mais esclarecido.
Já li os autores que referes e tenho grande respeito pela obra do Eliade assim como pela do Mauss do Dürkheim etc. até ao Bourdieau por quem tenho grande admiração, isto só para falar na escola francesa que é a que conheço melhor.
E claro que concordo contigo quando dizes que "estas" são ferramentas indispensáveis para compreender o "fenómeno humano", seja ele ocidental ou oriental ou vice versa. :)
Quanto à "dialéctica" não percebo muito bem o que queres dizer mas em função do que disse acima é óbvio que a "dialéctica",(o ramo dourado) como "ferramenta", refere, neste sentido, ao que acima disse sobre a lógica e a semiótica, por exemplo.
Abordas te "este" assunto e eu alonguei me em demasia, diz me por favor se com estes "balbuciamentos" me "imiscuo" naquilo que não devo, não é, nem nunca foi, minha intenção, apenas gosto de conversar sobre este tipo de assuntos.
**s
P.S - Boas Férias.
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