...e esgravata.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
de factum.
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«pii.#4$&/!!'ª\#º-se!! pii.»: não há sensação mais
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catártica que uma sessão de 15 minutinhos na esteticista,
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com direito a lagrimita no olho e tudo.
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my sweet 'cotton club' mood: "Santa Baby"_Eartha Kitt ._¨¨_----
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sexta-feira, 26 de junho de 2009
porque o verão está à porta e as "férias grandes" à espreita:
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my sweet cotton club + dois cubinhos de gelo + rodelinha de limão prestes a serem servidos.
...entretanto enquanto se espera vai-se saboreando:
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my sweet 'cotton club' mood: "Borderline"_ Flaming Lips_. ---__...¨¨
[a desenvolver].
a mesma origem noctura.
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"Der Misanthrop", 2002
Rui Chafes.
Rui Chafes - ... Marcel Duchamp esse grande sacana!
a-de-braços-cruzados - Marcel Duchamp... sacana?!?!...
Rui Chafes - Tão sacana quanto John Cage!
a-de-braços-cruzados- não posso crer?!? Então porquê?! Aprecio ambos: foram provocadores, quebraram os cânones estabelecidos, subverteram os princípios pretensamente absolutos da arte... atribuíram novos significados, aproximaram a arte à vida e a vida à arte. Abriram caminhos para novas derivações e concepções artísticas, não compreendo...a sério...
Rui Chafes - desviaram a arte para um caminho estreito, empurrando-a para um beco sem saída.
a-de-braços-cruzados- hum... Duchamp fez a acepção da obra de arte como a negação da própria obra de arte, é isso? Cage fez a acepção da música como a negação da própria música...
Rui Chafes- Cage cria música, ou reproduz o som de uma porta que se abre? é música ou o som.
a-de-braços-cruzados- É o som, ele cria e valoriza o som, a melodia e o silêncio, a urgência do silêncio na sociedade contemporânea e não o ruído...talvez....
Rui Chafes - mas não é música: é o som da porta. de uma porta.
a-de-braços-cruzados- então, está a dizer-me que importa devolver o 'sentimento aurática' e o 'sentido transcendente' à arte? Reivindica a necessidade de sair do minimalismo ou do pós-minimalismo 'imposto'?
Rui Chafes - da urgência de libertar a arte pós-duchampiana instituída... a qual ainda subsiste...inexplicavelmente
a-de-braços-cruzados- persistência anacrónica...
Rui Chafes - da necessidade de libertar a arte da vacuidade deste mundo tecnocrata, cibernético, facilitista. da arte facilitista e do facilismo na arte e das facilidades promovidas no mundo moderno...
a-de-braços-cruzados- ...no sentido de restituir a grandiosidade da criação, enquanto 'trabalho físico e árduo', como diz, da concepção artística, do acto de criar como nos pré-rafaelitas e simbolistas...? Devolver o sentido superior, do sagrado, metafísico... à semelhança da arte gótica com a qual identifica os seus 'trabalhos'?
Rui Chafes - é angustiante ver uma beata de cigarro exposta enquanto objecto artístico... actualmente, deixou de haver o tal «êxtase» contemplativo. existem viveiros especialistas de uma arte e os museus um laboratório de analistas que se especializaram... banalizaram a arte. qualquer coisa serve e 'é'.
a-de-braços-cruzados-- restituir o sentido supremo da arte, elevação superior e imaterial do objecto, a arte que tenha como destino as nuvens, o destino eleito de Goethe...
Rui Chafes - sim, devolver o lado mágico. sentir o milagre. como nos ritos e mitos arcaicos para que se abra um lugar para a possibilidade da própria recriação subjectiva e pessoal do objecto. Tal como os nossos filhos, a obra de arte, é mais do que matéria, células, pele, madeira ou ferro, por exemplo... - mais que uma justificação biológica - é o milagre da dádiva. Também os filhos que concebemos não são nossos, são uma seta. As minhas obras são qualquer coisa que concebi e partem para o infinito que desconheço, para o desconhecido, para algum sítio....
a-de-braços-cruzados - é o sentido da vida. e para a vida. para dar sentido à vida. cria-se. cria. Segundo André Malraux, que concebeu a ideia enquanto conceito e método de aproximação às realidades outras, o "Deus" é o "incognoscível e, antes de mais, a luta contra a Morte". A toda a imagem, com efeito, preside o desejo de apropriar um lugar-outro, ou um não-lugar, e por essa via, de lhe proporcionar a eternidade, fixando nela uma realidade ontológica até aí não existente: porque desprovida de imagem. Ai que já me perdi... desculpe.
Rui Chafes - sim, eu trabalho sobre o invisível. Parto do real matérico,à semelhança de Giacometti, e procuro a metáfora da transcendência. Superar-me. Prolongar-me na dúvida e para a dúvida.
a-de-braços-cruzados- por isso trabalha arduamente em ferro e aço, como Giacometti e,...
Rui Chafes - desmaterializo as peças, vou desmaterializando...
a-de-braços-cruzados- são transparências. funde a arte com o espaço natural envolvente que a acolhe, permitindo-lhe assim que toque no céu. vemos a natureza e apercebemo-nos do tempo. espaço-tempo-e-matéria. o belo em comunhão... Giacometti dizia que os "seus homens" são fios de aço delicados que unem o céu à terra...
Rui Chafes - respeitar a vida é ter a noção do tempo e envelhecer com ele. aceitando-o. Olhar para o céu e pensar no que está para além dele, e deixar-se ser emocionalmente arrebatado... tal como no sentimento estético provocado pela arte. é exactamente a mesma dúvida. a dúvida desse sentir. do lugar desse sentir.
a-de-braços-cruzados- o Belo. isso é o belo. é assim que o defino. o tal je ne sais quoi que está para além do objecto visível. uma justificação. Procurar acendalhas para o espírito, como dizia Ruskin, partindo da experiência sensível da matéria para a transcendência que está para além do objecto ou da imagem: como na música... através da qual acedemos a viagens imaginárias, ou como no cinema que tem a faculdade mais imediata de nos projectar para um lugar-outro. acontece-me sempre 'isso' , 'sempre' que assisto aos filmes de João César Monteiro- specular- projecta-me, lançando-me para um lugar estranho situado entre a sordidez e a epifania. Será isso? Essa liberdade onírica. Arrebatadora? E simultaneamente a eterna procura e justificação de nós próprios... um lugar de reencontro connosco próprios...
Rui Chafes- uma viagem irracional, sim, é isso. Trabalho sobre a intuição, com a intuição. com uma grande carga indomável. não domesticada. Há sempre o impulso inicial mas nunca sei o que vai acontecer.
a-de-braços-cruzados- Artista é aquele nasce com a pulsão para a dúvida e para a inquietação... é assim que defino e identifico um artista. e a ARTE.
Rui Chafes- O artista tem de se trair a si mesmo e cair no abismo para descobrir o seu próprio caminho. O artista tem de ser inconsequente. A obra tem de ser incompleta para ser eterna.
a-de-braços-cruzados- a arte enquanto eterno . a arte é-nos a eternidade emprestada a curto- prazo pelo preço de um sopro de fé, um "sopro dolorosamente suave".
[*] "A painfully soft blow", 2001 - uma das esculturas de Rui Chafes presentes no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.
Rui Chafes.
Rui Chafes - ... Marcel Duchamp esse grande sacana!
a-de-braços-cruzados - Marcel Duchamp... sacana?!?!...
Rui Chafes - Tão sacana quanto John Cage!
a-de-braços-cruzados- não posso crer?!? Então porquê?! Aprecio ambos: foram provocadores, quebraram os cânones estabelecidos, subverteram os princípios pretensamente absolutos da arte... atribuíram novos significados, aproximaram a arte à vida e a vida à arte. Abriram caminhos para novas derivações e concepções artísticas, não compreendo...a sério...
Rui Chafes - desviaram a arte para um caminho estreito, empurrando-a para um beco sem saída.
a-de-braços-cruzados- hum... Duchamp fez a acepção da obra de arte como a negação da própria obra de arte, é isso? Cage fez a acepção da música como a negação da própria música...
Rui Chafes- Cage cria música, ou reproduz o som de uma porta que se abre? é música ou o som.
a-de-braços-cruzados- É o som, ele cria e valoriza o som, a melodia e o silêncio, a urgência do silêncio na sociedade contemporânea e não o ruído...talvez....
Rui Chafes - mas não é música: é o som da porta. de uma porta.
a-de-braços-cruzados- então, está a dizer-me que importa devolver o 'sentimento aurática' e o 'sentido transcendente' à arte? Reivindica a necessidade de sair do minimalismo ou do pós-minimalismo 'imposto'?
Rui Chafes - da urgência de libertar a arte pós-duchampiana instituída... a qual ainda subsiste...inexplicavelmente
a-de-braços-cruzados- persistência anacrónica...
Rui Chafes - da necessidade de libertar a arte da vacuidade deste mundo tecnocrata, cibernético, facilitista. da arte facilitista e do facilismo na arte e das facilidades promovidas no mundo moderno...
a-de-braços-cruzados- ...no sentido de restituir a grandiosidade da criação, enquanto 'trabalho físico e árduo', como diz, da concepção artística, do acto de criar como nos pré-rafaelitas e simbolistas...? Devolver o sentido superior, do sagrado, metafísico... à semelhança da arte gótica com a qual identifica os seus 'trabalhos'?
Rui Chafes - é angustiante ver uma beata de cigarro exposta enquanto objecto artístico... actualmente, deixou de haver o tal «êxtase» contemplativo. existem viveiros especialistas de uma arte e os museus um laboratório de analistas que se especializaram... banalizaram a arte. qualquer coisa serve e 'é'.
a-de-braços-cruzados-- restituir o sentido supremo da arte, elevação superior e imaterial do objecto, a arte que tenha como destino as nuvens, o destino eleito de Goethe...
Rui Chafes - sim, devolver o lado mágico. sentir o milagre. como nos ritos e mitos arcaicos para que se abra um lugar para a possibilidade da própria recriação subjectiva e pessoal do objecto. Tal como os nossos filhos, a obra de arte, é mais do que matéria, células, pele, madeira ou ferro, por exemplo... - mais que uma justificação biológica - é o milagre da dádiva. Também os filhos que concebemos não são nossos, são uma seta. As minhas obras são qualquer coisa que concebi e partem para o infinito que desconheço, para o desconhecido, para algum sítio....
a-de-braços-cruzados - é o sentido da vida. e para a vida. para dar sentido à vida. cria-se. cria. Segundo André Malraux, que concebeu a ideia enquanto conceito e método de aproximação às realidades outras, o "Deus" é o "incognoscível e, antes de mais, a luta contra a Morte". A toda a imagem, com efeito, preside o desejo de apropriar um lugar-outro, ou um não-lugar, e por essa via, de lhe proporcionar a eternidade, fixando nela uma realidade ontológica até aí não existente: porque desprovida de imagem. Ai que já me perdi... desculpe.
Rui Chafes - sim, eu trabalho sobre o invisível. Parto do real matérico,à semelhança de Giacometti, e procuro a metáfora da transcendência. Superar-me. Prolongar-me na dúvida e para a dúvida.
a-de-braços-cruzados- por isso trabalha arduamente em ferro e aço, como Giacometti e,...
Rui Chafes - desmaterializo as peças, vou desmaterializando...
a-de-braços-cruzados- são transparências. funde a arte com o espaço natural envolvente que a acolhe, permitindo-lhe assim que toque no céu. vemos a natureza e apercebemo-nos do tempo. espaço-tempo-e-matéria. o belo em comunhão... Giacometti dizia que os "seus homens" são fios de aço delicados que unem o céu à terra...
Rui Chafes - respeitar a vida é ter a noção do tempo e envelhecer com ele. aceitando-o. Olhar para o céu e pensar no que está para além dele, e deixar-se ser emocionalmente arrebatado... tal como no sentimento estético provocado pela arte. é exactamente a mesma dúvida. a dúvida desse sentir. do lugar desse sentir.
a-de-braços-cruzados- o Belo. isso é o belo. é assim que o defino. o tal je ne sais quoi que está para além do objecto visível. uma justificação. Procurar acendalhas para o espírito, como dizia Ruskin, partindo da experiência sensível da matéria para a transcendência que está para além do objecto ou da imagem: como na música... através da qual acedemos a viagens imaginárias, ou como no cinema que tem a faculdade mais imediata de nos projectar para um lugar-outro. acontece-me sempre 'isso' , 'sempre' que assisto aos filmes de João César Monteiro- specular- projecta-me, lançando-me para um lugar estranho situado entre a sordidez e a epifania. Será isso? Essa liberdade onírica. Arrebatadora? E simultaneamente a eterna procura e justificação de nós próprios... um lugar de reencontro connosco próprios...
Rui Chafes- uma viagem irracional, sim, é isso. Trabalho sobre a intuição, com a intuição. com uma grande carga indomável. não domesticada. Há sempre o impulso inicial mas nunca sei o que vai acontecer.
a-de-braços-cruzados- Artista é aquele nasce com a pulsão para a dúvida e para a inquietação... é assim que defino e identifico um artista. e a ARTE.
Rui Chafes- O artista tem de se trair a si mesmo e cair no abismo para descobrir o seu próprio caminho. O artista tem de ser inconsequente. A obra tem de ser incompleta para ser eterna.
a-de-braços-cruzados- a arte enquanto eterno . a arte é-nos a eternidade emprestada a curto- prazo pelo preço de um sopro de fé, um "sopro dolorosamente suave".
[*] "A painfully soft blow", 2001 - uma das esculturas de Rui Chafes presentes no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
pátina.
Fernanda Fragateiro.
houve um sobressalto na memória
conjugado no pretérito perfeito de um tempo apolíneo,
porém, escrito a aguarelas dissolúveis.
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quarta-feira, 24 de junho de 2009
vanishing points.
"Para quando quiseres fugir", 2008
E. Caeiro.
seventy three vanishing points woke the
room while a lazy & stupid long neck is still sleeping.
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ponto de fuga ou pontos de luz sob[r]e noite escura.
...
Há nisto um mistério que me desvirtua e me oprime.
E tudo se me confunde num labirinto onde, comigo, me extravio de mim.
"Lost, Lost, Lost #17", 2005 .
Nuno Cera.
Há nisto um mistério que me desvirtua e me oprime.
E tudo se me confunde num labirinto onde, comigo, me extravio de mim.
"Lost, Lost, Lost #17", 2005 .
Nuno Cera.
Devaneio com o pensamento, e estou certo que isto que escrevo já o escrevi. Recordo.
E pergunto ao que em mim presume de ser se não haverá no platonismo das sensações
outra anamnese mais inclinada, outra recordação de uma vida anterior que seja apenas desta vida (...).
Meu Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo que há entre mim e mim?
in " O livro do Desassossego" de Pessoa (Bernardo Soares het.)
Meu Deus, meu Deus, a quem assisto? Quantos sou? Quem é eu? O que é este intervalo que há entre mim e mim?
in " O livro do Desassossego" de Pessoa (Bernardo Soares het.)
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terça-feira, 23 de junho de 2009
_____________________#.
- são teus olhos azeitonas...
- são meus sonhos caroços cuspidos no chão.
-um dia colherás o fruto.
-... azeitonas verdes?!
- por que não?
segunda-feira, 22 de junho de 2009
chiaroscuro.
domingo, 21 de junho de 2009
lara-chuva.
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Foi preciso ter visto um filme sobre o qual recaíam os preconceitos mais mesquinhos, a imbecilidade apeneirada da minha indiferença, e o meu desprezo quase-total para que no final, como que bofeteando todas as expectativas, tenha descoberto o meu [in]devido posto: "substituta".
Deus nosso senhor God-Art, Antonioni, Resnais, Rohmer, Bresson, Malle, Truffaut e demais merdins que me perdoem, mas é a [minha] verdade, de momento.
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clipes&agrafos: do mal o menos, antes sub que pro.
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....a soul in tension that's learning to fly, condition grounded but determined to try.
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vermelho-vivo:encarnado:em-letra-tímida.
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________encontro mais metafísica e bastante mais poesia no rasgar sôfrego, __________________
__________________mordente, de um pacote de malteasers,_____________________________
______________no arrancar dos pícaros das cerejas vermelhas, _________________________________
no colher de uma bucólica papoila vermelha do que nas tuas palavras - gastas e prostituídas.______________
__________________esforçaste-te para tingi-las de vermelho vivo,_______________________________
____________________________mas, ___________________________________________________
______sob as roupagens, a cor e o sabor do luto ainda se deixam entrever...___________
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quand je n’ai pas de bleu, je mets du rouge*.
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alice partiu os espelhos.
ofereceu um gps ao gato.
do coelho branco fez guisado. sempre lhe invejara os óculos de uma luneta só super-trendy.
mandou a rainha de copas fazer dieta e ir-se f***er e queimou o respectivo séquito de naipes.
antes de morrer: alice decidiu passar pela sephora do chiado:
comprou o lancôme baton rouge juicy shine - brilho de longa duração.
alice morreu. alice morreu happy.
alice morreu com lábios brilhantes ultra-shinning.
alice morreu.
alice still shining. she's still a star.
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[*] Pablo Picasso dixit.
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______________________________"Do You Realize?"_The Flaming Lips..---...---
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sexta-feira, 19 de junho de 2009
paisagens subterrâneas.
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"Urban Landscapes", 2003;
Daniel Blaufuks.
«-Como é que uma pessoa há-de passar bem de saúde...quando, moralmente,
Daniel Blaufuks.
«-Como é que uma pessoa há-de passar bem de saúde...quando, moralmente,
não pode deixar de sofrer? Quem é que no nosso tempo há-de estar sereno,
desde que seja pessoa de coração? - redarguiu Ana Pavlovna.
-Vai ficar toda a noite, não é verdade?»
in"Guerra e Paz" de L. Tolstoi.
in"Guerra e Paz" de L. Tolstoi.
John Cage "In a Landscape" & "Lakme" de Maria Callas.
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«faz-me lembrar uma viagem de comboio para quelque part Granja-Aguda quando
cada porta das carruagens verdes escuras davam para dois bancos de madeira um
em frente do outro (coisas de velhos, claro)».
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palavras do meu querido amigo Carlos Pinto-Pereira a respeito do vídeo de Cage.
(...)
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"Self-portrait on the train, Boston - New Haven", 1997;
Nan Goldin.
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quinta-feira, 18 de junho de 2009
coisas que [nos] custam: matéria-prima.
"Barcelona Pavilion", Mies Van der Rohe.
from Estremoz to the world.
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"Suitcase House Hotel" Gary Chang.
from China to non-chineses.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009
sexta-feira, 22h:00m, teatro miguel franco, leiria.
Klimt_______________________________________________Schiele.
Trazia hálito etílico, cabelo em chamas, voz de arranhar os céus, cara cheia, cintinlante de tão pálida como a lua.
No morango dos lábios promessas de bloody marys foram sorvidas. noite flamejante de bafo quente à sombra
de um sol sustenido conjugada no feminino. de ontem p/ hoje Babdy Dee em dó maior. assim.
terça-feira, 2 de junho de 2009
«tudo bem, sim»...desde que não me troque por uma incineradora...
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Tenho uma colega de trabalho, que também é amiga, a Suse, que representa o ideal feminino no sentido mais conservador do termo, cujo irrepreensível código de conduta é de fazer concorrência a qualquer benzina, lixívia, desinfectante de farmácia, ou a uma qualquer sala de um bloco operatório. absolutamente impoluto. imaculado. Não me refiro apenas aos valores morais que lhe são intrínsecos e que põe em prática, no plano religioso: menina dedicada, devota, canta no coro, toca piano, é catequista, tem um tio e dois primos que são padres e um cunhado que já foi acólito, mas também no que se refere à prática de costumes mais seculares, mais profanos. profanos, eu disse profanos?! perdão, suse... - palavra absolutamente interdita no seu vocabulário, não vá o diabo tecê-las e acordar o .. demo! Absolutamente zen, cândida e casta: não fuma, não bebe, não come junk-food, não curva a coluna, não se senta de pernas abertas, não arrota a altos berros, não se stressa, não toma banho em água a ferver, não diz palavrões, não odeia o próximo, não sente frio, não tem bolhas nos pés, não tosse alarvemente, não tem má circulação, não estala os dedos, não faz "xixi a correr"(imagem mental visualmente estranha, não?, enfim, esqueçam. retirem tal cena pornográfica do vosso imaginário. adiante), não critica, não cospe, não sabe o que é cholé, não deixa crescer as unhas, não limpa os ouvidos com o cotonette, não dorme de boca aberta, não se baba, não se saliva quando vê uma alheira de mirandela a sorrir e piscar os olhos, não sabe o que é uma quiche de cogumelos e queijo - quanta heresia, quanto pecado, deus nosso senhor te perdoe amiga!! - não grita, não se enerva, não não se irrita.... não se irrita?!?! esperem lá... irrita sim senhor: a única razão pela qual já se viu seriamente irritada, conta, deve-se ao vício mundano de que padecia o seu ex-namorado. então, suse, conta, conta! - fumava!!! - como?!?! o quê?!? hum...explica-te...? - era fraco. uma pessoa tem de vencer o vício. não pode ser assim tão fraco ao ponto de não conseguir vencer o vício. também, ele deixou logo de fumar no dia em que aceitei namorar com ele, era o que faltava.olha! - então, e ele deixou mesmo de fumar? -deixou, pois! - oh, deixou não porque lhe pediste, mas porque não gostava de fumar. eu gosto, e fumo porque gosto de fumar, não por ser viciada - contra-atacava, deste modo, assim, brilhantemente, como que uma entrada a pés juntos à zinedine zidane, a minha avant-guarda. então suse, coitado, mas isso é muito conservador, pouco tolerante, muito bota de elástico, tem de haver cedências sim, mas neste sentido... hum... não sei... quando te apaixonaste ele já fumava... não é assim...? oh então e tu, o que é que farias? eu,... (suspiro) desde que tenha três dedos, quatro dedos, cinco desdos, seis, sete, oito, nove, dez dedos, uma mão, duas mãos, enfim, e um par de lábios inteiramente disponíveis (só) para mim, tudo bem...
p.s.: a suse cumpre religiosamente as suas idas ao ginásio, faz lift, pilates, musculação, massagens, demora uma hora a comer, mastiga bem e vagarosamente os alimentos, bebe água entre as refeições, come alimentos macrobióticos, quando come esparguete à bolonhesa separa delicada e meticulosamente os grãozinhos de carninha moída dos novelos de "esparguete", abençoada paciência de job! só admite e concebe linhas rectas desenhadas com a firmeza regular à boa moda do classicismo vitruviano, cultiva o pensamento cartesiano, nutre de um mistério esfíngico, usa e abusa da sua pose firme e hirta como uma barra de ferro,... uma doçura saborosamente irritante, mas engraçada, apenas e tão somente, porque se trata da suse... absolutamente genuína e única. ah! é dadora de sangue e tem a paciência de passar óleo de amêndoas doces pelo corpo, todas as manhãs, sem excepção. e agora, penso comigo e para com deus - ai lara, lara, és mesmo broeira...
ai Suse, Suse... adoro-te, apesar dos pesares :)
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