"Nunca a gente que ocupou o ministério da cultura conseguiu perceber que a sua principal responsabilidade era o património. Por uma razão óbvia: as clientelas que pedem (ou, mais precisamente, exigem) dinheiro ao ministro, ou à ministra, vêm do teatro, do cinema ou de outras formas de espectáculo, enquanto, por definição, ninguém ou quase ninguém fala pelo Património - por uma biblioteca, um arquivo ou o centro histórico de uma cidade. A política de satisfazer quem faz barulho prevaleceu sempre sobre a política de preservar a herança e a memória do país. Mesmo as câmaras municipais, de quem teoricamente se esperaria outro critério, preferiram sempre, em nome da 'descentralização', impingir ao Estado, para o Estado pagar, o cine-teatro ou a casa-museu do sítio, a um qualquer esforço de valorização do património local."
Vasco Pulido Valento, este Domingo, no Público.
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