...e esgravata.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

_________________________lingerie lírica.

[...]

03:52:52Andreia diz:

o romantismo tolda nos a vista

...

04:38:17Andreia diz:


adorava de me ver como tu me ves e adorava k te visses como eu te vejo

[...]


24/04 @ msn.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

canto. berro. grito. e canto.












Atreve-te a julgar.
Julga os outros julgando-te a ti mesmo.
A natureza das coisas é a tua natureza.
Respira-te, despe-te,
faz amor com as tuas convicções,
não te limites a sorrir
quando não sabes mais o que dizer.
Os teus dentes
estão lavados, as tuas mãos são amáveis
mas falta-te
decisão nos passos e firmeza nos gestos.
Procura-te. Procura encontrar-te antes que
te agarre a voracidade do tempo.
Faz as coisas com paixão.
Uma paixão irrequieta que não te dê descanso
e te faça doer a respiração.
Aspira o ar, bebe-o com força, é teu,
nem um cêntimo pagarás por ele.
Quanto deves é à vida, o que deves é a ti mesmo.
Canta.
Canta a água e a montanha e o pescoço do rio,
e o beijo que deste e o beijo que darás, canta
o trabalho doce da abelha e a paciência
com que crescem as árvores,
canta cada momento que partilhas com amigos,
e cada amigo
como um astro que desponta
no firmamento breve do teu corpo.
E canta o amor. E canta tudo o que tiveres razão para cantar.
E o que não souberes e o que não entenderes, canta.

Não fujas da alegria.
A própria dor ajuda-te a medir
a felicidade. Carrega nos teus ombros os séculos passados
e os séculos vindouros,
muito do pó que sacodes já foi vida,
talvez beleza, orgulho, pedaços de prazer.
A estrela que contemplas talvez já não exista, quem sabe,
o que te ajudou a ser vida de quantas vidas precisou.
Canta!
Se sentires medo, canta.
Mas se em ti não couber a alegria, não pares de cantar.
Canta. Canta. Canta. Canta. Canta.
Constrói o teu amor, vive o teu amor,
ama o teu amor. De tudo o que as pessoas querem,
o que mais querem é o amor.
Sem ele, nada nunca foi igual, nada é igual,
nada será igual alguma vez.
Canta. Enquanto esperas, canta.
Canta quando não quiseres esperar.
Canta se não encontrares mais esperança.
E canta quando a esperança te encontrar.
Canta porque te apetece cantar e
porque gostas de cantar e
porque sentes que é preciso cantar.
E canta quando já não for preciso.
Canta porque és livre.
E c a n t a s e t e f a l t a a l i b e r d a d e.

in Vou-me embora de mim, de Joaquim Pessoa

para hoje. para sempre. a música do sempre.

acordai / acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis/ vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz /acordai / acordai raios e tufões que dormis no ar e nas multidões / vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações/ acordai / acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais/. acordai!


Poema de José Gomes Ferreira
eternizado por
Fernando Lopes Graça




[um grito meu, mudo&surdo. e + outro.]

__________________________ dog roses.

I hope you stay in charge of your mouth
I hope you stay in charge of it
When nothing's fluid, you drink yourself through it
Outside, you draw, draw yourself

Feel the breeze
That's a real thing that touches your skin
But memories
Well, they're not real

There's nothing there

Now can we visit your old house again?
I feel as though I've left instructions there
Could it be that you were so small that
The garage room, well, they've pulled it down
Oh, nothing's ruined 'cause we still have the picture
Of dog roses and stuff for the pyre

Oh yeah
Have you always slipped backwards
Just now, I see you always slip backwards
Oh you, will you always slip backwards
Just now, oh you always slip


There's nothing there

The Duke Spirit

domingo, 20 de abril de 2008

____________________um dia passado...








#1...
#2...
#3... ...


















em claro, à tua espera. com a gargantilha e retrato ao peito.

não vieste.

- que desfeita Ana, isso não se faz. este era o teu dia....


à menina-dos-olhos-meus, um beijinho*

[Close to me. Why? - ias adorar este cover :P!!]

sábado, 19 de abril de 2008

__________________________de ninguém.

... de que me serve ter o teu contacto...?


[se estamos desligados: /a desenvolver/ ]

sexta-feira, 18 de abril de 2008

______________________do não sei quê.


«Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.»


Luís de Camões


por que razão terá de ser a minha dor o mais belo poema d'amor...?


____________________________obsession.
















"Obsession", 1976

Brian De Palma

______________________little monsters.

In the playground children sing their songs and skin their knees play, little monsters, play i remember doing just the same so many years ago and the things they'd say i could handle sticks and stones but those words still break my bones little monsters that rule the world you don't know what you're really saying stop before someone ends up getting hurt can't you see that we're only playing i remember i was just another monster without life 'til the day you came dirty creatures, tiny animals that crawl towards the light don't you ever change little monsters that rule the world you don't know what you're really saying stop before someone ends up getting hurt can't you see that we're only playing one day you will have to go you'll have to learn to live alone i can't hold your hand anymore i can't always kiss you better time to stand on your own two feet time to see just where they get you deep inside i'm still the same just one more little monster making out that she knows the rules a sincere impostor. Charlotte Gainsbourg

quinta-feira, 17 de abril de 2008

__________________________ a memory of matter.













Petroc Dragon Sesti



do inatingível.
s/ fund
amento.

____________________projecto de vida:






































Andres Serrano



envelhecer...


quarta-feira, 16 de abril de 2008

_________________________ ma petite princese.


Festejo o nascimento do meu tesourinho lindo, a Amanda
do meu coração!

terça-feira, 15 de abril de 2008

__________do "living".

«No caso da «Antígona» do Living, as solicitações são menos precisas e mais complexas. Mantém-se o plano narrativo e os actores saem do personagem que incarnam para nos contar o que vai suceder ou para comentar o sucedido: o mito de «Antígona» volta a ser a tragédia política de sempre, a luta da filha de édipo contra o tirano Creonte, das leis éticas contra os discursos do vencedor, do homem contra os direitos da vitória militar; a Antígona põe a nu a inconsistência ética dos argumentos paternalistas e aparentemente sensatos de Creonte, dando assim, forma ao esquema geral de todo o teatro de Brecht; os que afirmam que a ordem do Mundo é a melhor possível, e que os que denunciam as misérias dessa ordem, mostrando, por vezes com a própria morte, a impossibilidade de aceitar, e portanto de a modificar.
O Living deixa de pé estes elementos. Mas introduzindo uma força de «desmassificação» e desequilíbrio. O esquema de Brecht, diz-nos o Living, é válido; porém, o homem não é apenas uma entidade ligada a uma estrutura e uma alternativa moral, mas também dor, sexo, recordação, violência. Antígona não só tem o direito de enterrar os irmãos, de obedecer à lei injusta, como também, e ao mesmo nível, de libertar uma série de paixões que lhe são negadas. O espectáculo revolta-se, pois, não só contra uma ordem de normas sociopolíticas, mas também e integrando-as no mesmo protesto, contra uma série de inibições profundas, de pudores obscuros, de continências inconstantes.
Daí a intensidade de «provocação», de excitação, de desejo de arrancar o espectador da sua carapaça, que a representação transpira. Na sua «Antígona» o Living utiliza a «distanciação» depois de rompidos os preconceitos de tantas distanciações não exigidas pela encenação. Ou será que - e neste ponto vemos os perigos de exagerar as teorias de Brecht - o espectador comum não consegue situar-se terrível e pejorativamente afastado da representação? Não estamos nós habituados a um teatro que pressupõe este afastamento? Se assim não fosse, como poderíamos explicar a infantilidade, a ingenuidade, a trivialidade de tantas obras? Não criou a a nossa sociedade espectadores consumidores, senhores e donos do teatro, Ubus a quem autores e actores têm que agradar, mesmo a custo das chicotadas de que precisa o masoquista?
A primeira coisa a fazer é, portanto, quebrar essa distância a que o espectador automaticamente se coloca; irritá-lo, provocá-lo, desarmá-lo, para que se possa contar totalmente com ele e introduzir o discurso crítico e essencial numa atmosfera sem preconceitos, de espectadores que perderam os seus privilégios e estão ali, disponíveis e sem esquemas, para aceitar ou rejeitar, contando para esta tomada de decisão com forças que nunca sobre ele actuaram na plateia de um teatro.
É este o contributo do Living para a «Antígona» de Brecht. Contributo sem dúvida muito importante nesta época do Brecht acorrentado pelos seus imitadores. Contributo também discutível, que tem o seu ponto de partida no próprio texto de Brecht sobre a necessidade da «não intimidação pelos clássicos».
Nas suas Notas, Brecht falava das máscaras e cenários possíveis. Os elementos do Living confiam o espectáculo, só precisam de uma delimitação do espaço cénico e de um fundo neutro. Nem pano de fundo, nem complicações luminotécnicas. Nem guarda-roupa especial, nem orquestra. Frente ao público, alguns actores estão de pé; actores que o provocam (a partir de um longo happening nada gratuito), que o obrigam a definir-se. Depois, interpretam a «Antígona» de Sófocles segundo Brecht, introduzindo no espectáculo muitos elementos que não se encontram no texto nem no modelo brechtiano. Cantam «espirituais», dançam lascivamente uma dança de Baco, descem à plateia, cospem-nos, olham-nos ora com amor, ora com ódio, contam-nos a tragédia de «Antígona» não só como o drama político, mas também colocando dentro de cada um de nós a personagem reduzida à sua condição humana, despenteada, com a pele de todas as raças e assassinada por todas as ditaduras.
O Living não se deixou intimidar, nem por Sófocles, nem por Brecht. Mostrou assim o único caminho da verdadeira criação cénica: integrar todas as aquisições anteriores no próprio discurso, na própria experiência, de acordo com a necessidade do momento.
A «Antígona» do Living não é uma montagem brechtiana no sentido corrente do termo. No entanto, se Brecht não tivesse existido, ela não seria possível.
A estética do Living baseia-se num princípio simples: tudo o que é palavra pertence à literatura; só a linguagem gestual é especificamente teatral. Os
Mistérios e Antígona apresentam-se da mesma maneira: o actor procura impor ao espectador certos tipos de relação baseados na agressão ou comunhão.»

in Grotowsky. Brecht. Piscator. Lefebvre. Benjamim. Planchon.Teatro e vanguarda.
Lisboa: Ed. Presença, Biblioteca de Ciências Humanas, 1973. pp.- 122-124.

+

Living?

«extractos de uma entrevista de Julian Beck.
p. 27: pensamos que seria melhor desenvolver o poder da decisão do espectador não pela via do racionalismo e da distância, mas sim pela histeria, do fanatismo e do terror.
p. 25: aquilo que vemos com a droga-droga é talvez mais real do que aquilo que somos levados a compreender com a droga da educação, da política, da língua, das palavras. Estas coisas são igualmente drogas. Desde a infância que somos drogados com todas as ideias da civilização. Precisamos de eliminar essa droga...»

in Revista «Le Point», Bruxelas, n.º 8, Fev. de 1967:
O Caminho da histeria, por Jean-Pierre Berckmans, pp. 24-29.//.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

_____________algodão doce ao quadrado.
























da Senhora Vashti Bunyan.























do Senhor Bob Dilan

________________________bilhetinho a/c.

Porque já não te amo muito pouco, quero-te muito-muito!! longe e de costas voltadas para as outras mafarricas delambidas e com os olhos doces e veermeanos viradinhos só para mim. para mim! para a rua!

Não vejo a hora de vires cá a casa e de te enfiar debaixo dos nosso lençóis para buscares o resto dos teus pertences cheirosinhos. Agradecia que não te demorasses muito – fica! fica!- porque não tenho mais nada que fazer só penso em ti. Ah! Peço-te também que me envies uma sms – liga-me ! liga-me! com alguma antecedência pois já não consigo passar mais um dia sem ouvir a tua voz para não estar presente e dizer que te amo parvo, muito! e assim aproveito e vou logo de manhã cedo à tabacaria da Avenida para não perder a edição de merda do JN de segunda-feira.

P.S. O Spínola não come desde terça-feira, anda com o olhar tristonho, arrastado, e deixa-se ficar prostrado dias a fio na alcofinha que a tua mãe lhe deu, ... já nem brinca com a bola azul do Ronaldinho gaúcho que comprámos na última viagem que fizemos a Milão, lembras-te amor?, deve sentir saudades tuas, se quiseres podes levá-lo, fica, também. Está bem?


__________________________in a manner of speaking.

In a Manner of speaking, I just want to say
That I could never forget the way,You told me everything
By saying nothing,In a manner of speaking
I don't understand,How love in silence becomes reprimand
But the way that i feel about yous beyond words
Oh give me the words,Give me the words
That tell me nothing, Ohohohoh give me the words
Give me the words,That tell me everything
In a manner of speaking,Semantics won't do
In this life that we live we only make do
And the way that we feel,Might have to be sacrified
So in a manner of speaking,I just want to say
That just like you I should find a way,To tell you everything
By saying nothing.,Oh give me the words
Give me the words,That tell me nothing
Ohohohoh give me the words,Give me the words
That tell me everything,Oh give me the words
Give me the words,That tell me nothing
Ohohohoh give me the words,Give me the words
That tell me everything. Nouvelle Vague.



_________________BRIGID BERLIM [Polk]. Scars.




* Peter Fonda




* Patti Smith/. Guy Dill




* id. desconhecida /. aut. desconhecida




* Brigid Polk/. Jonas Mekas




* Michel Auder/. Viva




* Richard Burton/. Andy Warhol




* Rene Ricard/. aut. desconhecida




* John Giorno




* Gerard Malanga




* Genevieve Waite




* Brice Marden/. aut. desconhecida





* Allen Ginsberg/. Dirk Bogarde


«In 1972, the small, late, great Boston-based independent press Telegraph published a small book containing a selection from Warhol superstar
Brigid Polk's collection of ink prints she made of celebrities and her friends' scars with accompanying explanations of the wounds by those who'd been scarred. The book's been out of print and impossible to see for ages».

+dc's!


__________________________recortes.






















Daily News ; 04.06. 1968
























Warhol's scars , 1969

Richard Avedon


"If he recovers we'll find out it was one big pop-art joke
and he'll be laughing all the way to the bank."


in Andy Warhol; A Retrospective
. Ed. Eastern Press, Inc.
//.























Andy Warhol with scars, 1969

Carl Fischer

__________________________presenças.



+



=
Kafka. Jacques Derrida. Ghost.dance.


domingo, 13 de abril de 2008

________________________#.















Young orphan girl in the cemetery, 1869


Eugène Delacroix

_________________________do desejo em falsete.
















Le Genou de Claire, 1970

Eric Rohmer




o joelho dela: arestas vivas. ângulos esfíngicos esculpidos
por grãos d'areia soprados das dunas quentes. representação do princípio.
as mãos dele: oásis do deserto. águas indómitas de um querer. sente a vontade. o fim.

no interlúdio da Representação e Vontade*, dedilham-se acordes em dó maior a impossibilidade de um desejo em lá sustenido. porque são essas as linhas que fazem tocar os andamentos a que importa chamar - desejo. pois é o som desse harpa* que nos co.move. apesar da impossibilidade.

*de Arthur Schopenhauer...

*a Ruy Belo...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

quarta-feira, 9 de abril de 2008

__________________________flashback.



















"Alfie", 2004
Charles Shyer





Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite.
Jurámos que
as dádivas das nossas doces luas seriam eternas
e que esta dança seria nossa.



[em privado]

_____________________sentimento nostálgico.

saudades destes . mOmentos.

__________________________ caixa postal.















há certas coisas do sentimento que só podem ser ditas de mãos dadas:

o afecto. que afecta e infecta precisa de tacto.

de facto.

[assumidamente materialista nas coisas que não fazem sentido]



















Percebes...? queres falar...

__________________________do prazer à dor.























Que fazer, quando a coreografria tem a duração de quarenta e três minutos e cinquenta
e sete segundos e
ao fim de dezassete minutos
os vinte seis anos do teu corpo
choram, implorando: «já chega.»

Desistes.

.a felicidade tem a duração do instante que passa.


[+para mim]




_________________sentimento de posse.



















+




















[a adquirir, custe o que custar] + info .


_________________________o meu casaco de sonho.





















Richard Avedon, 1957



ainda não perdi a esperança de encontrar este [o meu!] casaco Pierre Cardin,
numa loja vintage,
a um canto, bem escondidinho dos olhares larápios e surripiantes,
como se estivesse à minha espera,
e a levitar de contentamento por finalmente me vestir a pele.





terça-feira, 8 de abril de 2008

_________________________ mon dieu!





















A marca Comme des Garçons, da designer Rei Kawakubo, será a próxima a assinar uma colecção para a cadeia sueca H&M. Conhecida pela sua criatividade, a designer japonesa desenhará uma colecção para homem, senhora e criança, e complementá-la-á com diversos acessórios e uma fragrância unissexo. O lançamento está previsto para o dia 13 de Novembro de 2008, em todo o mundo. Uma excepção: os japoneses terão a oportunidade de a ver antecipadamente a 8 de Novembro, data de abertura da segunda loja H&M em Tóquio*.




...
entretanto podem ir juntando
uns trocozitos para a minha prendinha de anos...
em estado de ansiedade :)


pondera-se: novo modus operandi.

















porque o amor à primeira vista facilita-nos o trabalho.


[urban romace, autor desconhecido]




______________________escapar'arte.














@ Tate Modern. Londres //.













@ Colecção Berardo . Sintra//.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

________«please, have a seat right next to me...»















"A Streetcar Named Desire", 1951
Elia Kazan

_________________se eu gostasse do meu pescoço.

tenho a ideia de nunca ter gostado do meu pescoço. nunca. nunquinha. a memória mais recuada que guardo reporta-se, pelo menos, ao dia em que assisti à espectacular epifania e miraculosa aparição - revelação de mim própria e para mim mesma, o dia em que tive a consciência de que existia, enquanto ser pensante-actuante. momento em que tive a consciência da minha própria existência "metafísica". tão real, tão concreta, tão corpórea e material quanto irreal, abstracta e imaterial. verdade de lapalisse. a partir desse momento de refulgente aparição dialéctica nunca mais gostei deste empecilho que se atravessa a meio de dois caminhos que se queriam directos, sem entraves, sem obstruções. dois caminhos que se queriam confluentes numa auto-estrada desprovida de portagens. sem bloqueios. sem espaço de paragem obrigatória. na melhor das hipótestes seria apenas admitida a utilização da via-verde. apenas com via-verde, verdinha. permissiva. veloz. fluida. directa. linear. dinâmica. straight on. semelhante aos travellings de scorsese. não me importava mesmo nada. lançava logo uma petição caso alguém desse ouvidos a esta minha brilhante e sugestiva invenção. patenteada. uma auto-estrada onde só fossem permitidas viagens vorazes, alucinadas, impensadas, impulsivas, despidas e ardentes. de luas e para luares vociferantes de desejos e ensejos. com excessos de velocidade e altamente transgressoras de regras, códigos de estrada e de condução. uma auto-estrada cujos custos e facturas, ainda que pesadas, seriam debitadas e constatadas e pensadas só lá para o final do mês, quando já nem ninguém se lembra, ou finge não se lembrar, da tal viagem obrigatoriamente tresloucada e insana. restritamente direccionada para aqueles que querem levar uma vida errante. errada... aqueles que se vêem obrigados a passar pela auto-estrada a alta velocidade, cortam os vórtices das rotundas e trilham estradas oblíquas. porque são intrinsecamente anti-portagens, anti-paragem, anti-semáforo-vermelho, anti-bloqueio, anti-paragem. porque a paragem impele ao pensamento, os errantes não gostam de pescoços. os flâneurs errantes não gostam do seu pescoço. é um facto. o pescoço é um empecilho. porque estorva, porque incomoda, porque obriga a parar. obriga a pensar. mas por que raio há-de o pescoço situar-se logo no meio. e a meio. entre a cabeça - lugar sagrado do meu thesauros. dos meus pensamentos e sentimentos. e o corpo - templo dos meus sentidos, desejos e intentos. por que se atravessa no meio. interrogo-me. e ao meio. por que razão não há-de unir. por que razão há-de separar e bloquear estes dois caminhos que se queriam transitáveis e de alta voltagem. porque nem medeia, nem liga, deveria ser despedido, dispensado. porque não cumpre a sua função deveria ser dispensado. má patroa não sou. porque se fosse poria mão firme nos meus empregados. nem uma merda de pescoço sou capaz de demitir. é um empecilho. um estorvo que se atravessa mesmo no meio. que pára e quebra o ritmo . vive no absentismo. contra-producente. entre a razão e o sentimento. entre o corpo e pensamento. entre os sentidos e o sentimento. neste rail que dilacera e separa dois caminhos. que se atravessa à minha frente no meio de uma viagem que se queria directa, de trânsito livre. e pior. o mais grave, corrijo: se quero apenas ver a minha cabeça, ao espelho, lá aparece o pescoço à laia de emplastro, se quero apenas ver o corpo... lá aparece ele, inevitável e irremediavelmente, sem dó nem piedade. mas este empecilho, esta portagem abrupta, que se me intercepta e me obriga a pensar no caminho que quero tomar. na direcção. no rumo que devo ou tenho que querer. mas que nem sempre desejo. seguir. qual o lugar que quero fazer do meu destino. fatal.?. por que é o pescoço se atravessa aqui... a meio?. por que me obriga a parar. a pensar. exigindo uma cobrança. antecipada. pago o meu caminho, antes de chegar ao destino?. sem saber se ficarei satisfeita com o serviço da concessionária. como se já não houvesse motivos suficientes para desviar o meu percurso, a rota dos meus sentidos, emoções, viagens alucinantes de prega fundo, mete a quinta, arranca e não pares, mesmo sendo um smart jeitosinho, pequenino, e que não passa dos 120km/h... indicado para um prossível embate, portanto. por que raio se me há-de aparecer neste caminho este empecilho chamado pescoço. sobre o termo, feio como tudo, nem vou falar para não me deprimir ainda mais. sobre as respectivas linhas, relevos e formas nem me vou delongar para não me deprimir mais...ainda. o pescoço nada mais constitui do que um limbo. ponto de paragem obrigatória de incertezas. de credos. de crenças. de medos. converte-se num lugar cuja toponímia nem surge no mapa dos meus sonhos. profanos. é isso mesmo: um limbo de incertezas e de dúvidas que nos impele às dúvidas titubiantes, quando se exigia a urgência de uma resposta. de uma decisão. a culpa não é do meu pescoço, creio...quero e tenho feito esforços, bem sucedidos diga-se de passagem, para interiorizar esta ideia ou evidência. a culpa é da localização da anatomia geográfica do pescoço, sito na escalvada travessa do meio, n.º 2 andar, entalado entre o 1º e o 3º. entre o sagrado aurático e apolíneo e o luminoso báquico ultra-profano. nome feio: o meio. nome feio: o pescoço. muito feio. se se situasse nos gémeos, glúteos, trícipes, omoplatas, calcanhares ou planta dos pés, nunca...mas nunca, ninguém se lembraria dele. ou muito raramente. maldito platão que inventou esta merdice do dualismo antroplógico. se não lhe encomendei o sermão, por que raio hei-de ser eu a pagar a factura. maldito platão, maldita filosofia, se não existissem eu seria e viveria muito mais feliz, sem quaisquer complexos em relação ao meu estrangulante, asfixiante, sufocante e monolítico pescoço.

- se eu gostasse do meu pescoço pedia ao meu amor que me beijasse como gary cooper, na cena d' "a visita". assim. tal e qual. epor momentos seria como ingrid bergman...

-se eu tivesse o pescoço pequenino, discreto e mimoso, nem me lembraria dele, e fazia, e vivia como aquela cantora pop meio-doida, meio-gira, meio-irreverente, meio-tresloucada chamada pink.

[nó na garganta]// novembro de 2007.

______________________nothing came out.

Just because I don't say anything
Doesn't mean I don't like you.
I open my mouth and I try and i try
But no words come out.

Without 40 ounces of social skills
I'm just an ass in the crack of humanity.
I'm just a huge manitee.
A huge manitee.

And besides you're probably holding hands
With some skinny, pretty girl that likes to
Talk about bands, and
All I wanna do is ride bikes with you
And stay up late and watch cartoons.

Duck Tales, shirt tails, Talespin, Sailor Moon, GI Joe, Robotech, Ron Jeremy, Schmoo.

I wanna watch cartons with you.
Josie and the Pussycats and Scooby Do,
I want you to watch cartoons with me.
He-man, Voltron and Hong-Kong-Fui

I tried to ask you to your face,
But no words came out.
I put on my hood and walked away.
That doosn't mean I don't like you.

And besides you're probably holding hands
With some skinny, pretty girl that likes to
Talk about bands, and
All I wanna do is ride bikes with you
And stay up late and maybe spoon.

Just becase I dont say anything
Doesn't mean I dont like you, no.
I opened my mouth and i tried and i tried.

And besides you're probably holding hands
With some skiny, pretty girl that likes to
Talk about bands and
All I wanna do is ride bikes with you
And stay up late and maybe spoon.

I'm just your average Thundercats ho.



The Moldy Peaches



armário.roupeiro: cabides.

jaz.mim_tu... aqui, deixara de o ser.

à espreita de fa|c|to & gravata.

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