...e esgravata.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

__________________________ caixa postal.















há certas coisas do sentimento que só podem ser ditas de mãos dadas:

o afecto. que afecta e infecta precisa de tacto.

de facto.

[assumidamente materialista nas coisas que não fazem sentido]



















Percebes...? queres falar...

19 comentários:

Anônimo disse...

... hmm.

flor-de-laranja disse...

...

...

:)

Anônimo disse...

sim.

flor-de-laranja disse...

ah sim...?

Anônimo disse...

Sim. Acho que percebo. Não posso no entanto agarrar uma certeza.

flor-de-laranja disse...

...

...

então, por quê...?

sabe, na vida só há uma coisa de que tenho certeza absoluta: do sentimento.

Anônimo disse...

O sentimento é "certo". Quanto a isso não tenho dúvidas. Trata-se apenas de racionalizar a acção que, aliás, se vai racionalizando por si ...

...

...

flor-de-laranja disse...

como o (a) compreendo...

o que lhe vou dizer poderá parecer algo contraditório: todas as minhas acções, todas sem excepção, são motivadas pela minha vontade sentimental, ou impelidas pelo desejo [...?] temporal, mood circunstacial. repito: todas, sem excepção. no entanto, são raras as vezes em que o fim cumpre [ satisfaz, responde] o desígnio [desejo] inicial. repito: raras as vezes. isto porque a meio do caminho da vontade sentimental é quase sempre interrompida pela força da razão que se impõe e se dá por vencedora. e no fim é, salvo raras excepções, é a razão que prevalece...

não suplanta nem o desejo, nem a vontade. sentimentos esses que persistem continuamente, mas agora amargos. porque inconcretizáveis. pois que a razão se encarrega de me oferecer apenas a consciência/realidade do sentimento do fracasso e da impossibilidade.
portanto considero incontornável associar , neste contexto, a razão à fatalidade, tal como no romance de romeu&julieta ou na trágica história verídica de pedro&inês, imortalizada no poema de pedra lavrado nos túmulos de alcobaça. também aqui, a razão ditou o fim e "enterrou" a possibilidade da concretização de um sentimento "certo".

peço desculpa pelo azedume e negritude das minhas palavras, mas o dia de hoje foi extramenente absurdo... tão absurdo que tento, neste preciso momento de o racionalizar...

agradeço a sua visita.

lara

:)

flor-de-laranja disse...

em suma,


seria tão mais fácil ter um sentimento incerto e inconstante, seria tão mais fácil...

suplantar, enterrar e substituir um sentimento incerto...

não acha...?

Anônimo disse...

Cara Lara :

Peço lhe desculpa de só agora responder mas o facto é que hesito em continuar a grosseira invasão que faço neste, seu, espaço.

Acredite, no entanto, que esta dita invasão é únicamente motivada pelo tal sentimento "certo" que será, neste caso, livre de predicados de qualquer espécie, antes, exclusivamente, dirigido pelo tal desejo de que fala e que, aqui, encaro como sentimento fundado no circular da razão, e que, como tal, têm o seu "objecto" na própria "razão". No próprio sentimento.

Será talvez assim que encaro a palavra desejo ; como um movimento que age, não às cegas, mas porque se sente, se reflecte e se sabe atá ao exceder se apurado.

Fala me da razão que trava o desejo, que deixa o sabor da frustração, a cor da tragédia ; confesso que a minha visão do mundo é um pouco diferente, talvez seja essa a minha tragédia, mas o que é facto é que creio que esse efeito de "máquina infernal" decorre, precisamente, do vício, que todos temos, de contínuamente tomarmos, activamente, as predicações que nos são impostas pela dita "máquina".

Diz me que a "razão" trava mas não suplanta nem o desejo nem a vontade e eu não poderia ilustrar melhor aquilo que, desajeitadamente lhe tentei dizer acima sobre a tal "máquina infernal".

Para terminar a minha invasão que já vai longa só queria dizer lhe que acredito que essa concretização "certa" de que fala "acontece" todos os dias e é feita por homens e mulheres como nós - (sim, sou anónimo) - o que se passa, creio, é que por ironia do "destino" estas "realidades" apenas podem ser concretizadas por esses homens e mulheres "anónimos" que compreenderam o funcionamento da máquina da predicação, da máquina que condiciona em tomar cego para de seguida aplicar a sua razão, e que no furtarem se a este jogo de que falo souberam "arrancar" o território, o seu território, deixando assim, à máquina, a falta que lhe irá gerar todo o mecanismo de contenção da mesma, como numa representação de sentido inverso, espelhado. É assim que considero os exemplos literários que avança, não como "histórias reais" antes, como espelho delas.

Como responder à sua última e, aliás, única pergunta ? Bom, diria que : Claro que sim ! E também que claro que não ! Pois que sentimento é sentimento e a incerteza ou incerteza do mesmo apenas o é em função da certeza que vamos apurando em relação ao seu "objecto".

Mais uma vez lhe peço desculpa e aproveito para lhe dar os parabéns pela coragem e inteligência que demonstra ao não recear olhar se de frente.

Seu, anónimo.

flor-de-laranja disse...

meu/ minha anónimo (a) a sua presença é muito bem-vinda neste meu "casulo" pessoal, pelo que não é de todo uma invasão gosseira como diz, muito pelo contrário! este espaço tem vindo a ser agraciado com os seus comentários, construtivos. porque são construtivos não rejeitei nenhum deles e a sua presença é acolhida de bom grado. como certamente terá percebido o acesso é público e não restritivo. é um lugar de partilha de tudo aquilo que o sentimento ou a ilusão "nos" move. por isso o que aqui se escreve acaba por ser algo tão subjectivo, indefinível, hermético... mas real! são reinterpretações pessoais explosivas e simultaneamente uma espécie de "implosão catartática"...

.perdoe-me não poder responder de seguida ao seu comentário, mas hoje, ou melhor, recebo agora mesmo a notícia da perda de um conhecido meu muito especial, alguém que me era muito querido,...

... ... posso mesmo adiantar-lhe que essa dita pessoa de quem perdi o rasto foi até há bem pouco tempo o meu objecto de desejo, a garantia capital do meu sentimento "certo"...

e agora ao reler o meu comentário em que falava do negro [en]fado* da razão que me acompanha e me desgasta desde há muito... pareceu-me tão auspicioso, o verdadeiro pathos grego... e acredite, para mim as coisas consideradas irrelevantes aos olhos dos comuns dos mortais são tão importantes e necessárias para mim... por isso o dia de hoje está a ser um tanto ou quanto trágico...

*infelizmente a minha intuição é infalível.



acredito que compreenderá o meu estado de indisposição emocional. presentemente, seria extremamente pesaroso dissertar sobre o desejo, a razão, a emoção e o sentimento. hoje o meu dia é de cinzas. de luto. dor apenas. e mágoa. só as lágrimas poderão falar por mim...



lara

[perdoe-me o atrevimento, mas acho deselgante e ingrato da minha parte tratá-la (o) por anónima (a), seria mais pessoal e bem mais próximo ceder-me um qualquer nome, ainda que fictício, percebe...? pode ser ...?:) escusado será dizer que já tem lugar cativo!
]

flor-de-laranja disse...

errata: essa pessoa não era "objecto" de desejo. era o meu amor.

ou melhor, foi...

custa-me imenso tratar as pessoas por "objecto". "coisas". matéria, apenas.

flor-de-laranja disse...

caríssimo anónimo (a), perdoe-me a indiscrição, mas depreendo pelas suas palavras finais que terá tido conhecimento do de factum e esgravata através do |my_cybershOot_me|.|...

[foi, precisamente, por falta de coragem, e de inteligência que me despi, despojei, e me desafiei frente ao espelho... cheia de medo - algo que tinha de ser feito.]


peço que me perdoe pelo descaramento da minha pergunta, ou se quiser da irreprimível vontade de saber como tomou conhecimento deste meu, "nosso", espaço.

...

lara

Anônimo disse...

Cara Lara ,

Peço desculpa de só agora responder mas tenho tido um assunto delicado entre mãos e só agora consegui chegar ao computador.

Efectivamente não conhecia, pelo menos que me lembre, o blog que faz referência, as minhas palavras finais referiam-se mesmo a este espaço pois considerei que os posts daqui seriam relativoa à sua pessoa.

Quanto ao modo como vim aqui parar, para dizer a verdade, já não me lembro muito bem, possívelmente um qualquer seu comentário, mas considero-o um feliz acaso do "destino".

Apresento-lhe por fim os meus sentimentos pela perda que sofreu.

P.S - Sou anónimo, não anónima, tentei passar-lhe isso no comentário anterior.

Obrigado pela simpatia, seu "anónimo".

flor-de-laranja disse...

;)

não tem de quê.

...

flor-de-laranja disse...

boa tarde, anónimo

antes de mais: desejo, muito sinceramente, que entretanto já tenha resolvido o seu tal assunto delicado...; agradeço imenso as suas palavras por acreditar na autenticidade dos meus posts... de facto são muito meus, muito auto-biográficos, contrariamente ao que se passa no meu outro espaço denominado "wash&go", que nada mais é que um instrumento pretensioso e egoista de dar azo à minha pseudo-criatividade, ainda:) muito imberbe, tosca e tacanha...

ora bem,... ainda sobre a nossa problemática do "desejo" .... sensibilizou-me imenso o carácter confessional e emotivo do seu comentário, pareceu-me muito honesto e nada artificioso. qualidades essas que admiro fervorosamente em qualquer circunstância em qualquer ser humano, seja ele homem ou mulher. acho também muito bonita a forma segura com que defende o desejo enquanto sentimento certo fruto da respectiva consolidação no domínio inteligível, racional. mas então, já não estará a provar o sabor desse doce fruto chamado amor ou paixão.?., visto que deixa de ser cegueira inconsciente e inconsequente. pergunto-lhe. é bonito e louvável um homem pensar assim, sem hesitações e inseguranças. ter certezas do tal desejo legitimado e fortalecido pela confirmação racional. e depois se dá a tão bonita dependência, saudável, pelo tal "objecto" que nos domina os pensamentos, condiciona as acções, e nos contamina, nos transforma, e nos toma... e inevitavelmente nos tornamo-nos e vivemos também para o outro. e não apenas em função do outro. é também muito bonito não se deixar cair nos caminhos instáveis e sinuosos do desejo cego, momentâneo, imediato, circunstancial, e fugaz. pelo menos, foi o que depreendi das suas palavras... deverá acreditar no sentimento mais profundo, construtivo e não tão superficial... será isso?.

no meu caso específico, e relembro-lhe, novamente, que a minha opinião decorre das circunstâncias emocionais por que estou a atravessar. o desejo, o meu desejo só o passa a ser, ou só passa a existir quando há um sentimento verdadeiro e puro, quando sinto a necessidade de ser preenchida pelo outro, quando sinto necessidade de partilhar o meu amor com o outro, quando o corpo, a pele e os meus sentidos deixam de ser apenas pertença minha e parecem "encontram" no outro um espécie de fiel depositário... poderá parecer lamechice demodée mas eu sou assim, gosto de ser fiél a mim própria e aos meus sentimentos, por isso falo de amor e de desejo... mas no meu caso, numa situação que vivi recentemente havia o meu desejo, havio o meu amor, porém, não havia o "outro" e muito menos alguém a quem eu pudesse sequer confessar/esvaziar/libertar o meu sentimento. porque desde sempre me foi interdito o meu "eu" - o que penso, sinto, fui sempre considerada algo despiciendo, desnecessário, acessório... reduzida à condição de invólucro circunstancial. por isso foi-me negada a partilha, o diálogo, o afecto, ou o carinho. o outro, que muito estranhamente amo/amei apenas nutria ódio visceral, desconfiança e descrédito em mim, precisamente para me privar e me distanciar dele... foi muito estranho...

esta situação perturbou-me de tal forma, que estes meus dois espaços blogosféricos decorrerem precismente da necessidade alegórica que senti de me "limpar", "higienizar mental e emocionalmente", [perdoe-me a aberração dos termos mas não me ocorre outra expressão de momento], refiro-me ao "wash & go", ao passo que o blog em causa foi para me escudar, esconder, e agasalhar, por entre trapos e mais trapos, ou sob uma perspectiva ainda mais lamechas... foi como que um enterrar de uma parte minha, ingénua... desde então prometi a mim mesma ser mais cautelosa e racional...

enfim, percebe agora a necessidade de separar as águas da razão do desejo e do amor face à tamanha mágoa e dor, que ainda persistem :/,.... para que no fututo não volte a magoar-me tenho de agir racionalmente, e passar a dissimular e amenizar os sentimentos. acho que é assim que tem que ser. os felizes comportam-se assim. agem às cegas. a meio gás. sem pensar nas consequências. porque não amam, creio. o desejo e a consumação imediata satisfaz-lhes. acho que já me estou a desviar do assunto para o qual iniciámos o diálogo... peço perdão...

enfim, sem querer tomar o seu precioso tempo, penso que ninguém definiu melhor o desejo que gilles deleuze, ao dizer que o desejo é "um desvio fora do tempo e do espaço" que nos invade, se apossessa de nós, e trai os nossos desígnios, esquemas, projectos e planos pessoais estipulados. um "sentir distinto" que não se ocupa nem da vontade, nem do querer. tão estranho e indefinível que nos desvia e nos abstrai de tudo e de todos. ora, agora diga-me por favor se o desejo definido assim nestes termos não será também o amor, o tal lugar estranho...

da sua, :) lara.

flor-de-laranja disse...

... sobre a "perda" de que carinhosamente lamentou..., não posso dizer que o perdi, pois nunca me pertencera... daí a minha profunda mágoa...

queria tanto ter sido alguém para esse "outro"... ter sido alguém ter-me-ia bastado... acreditei sempre nele... peço que me desculpe por não conseguir "despessoalizar":) esta nossa conversa, circunstancial...

só mais uma questão... a escolha deste post foi aleatória, ou houve alguma motivação pessoal? eu conheço-o? gostava imenso de conhecer a sua verdadeira identidade, curiosidade... apenas isso...:)?

...

peço perdão, mas só agora me dei da extinsividade do comentário que fiz!

peço que aceite as minhas sinceras desculpas,

lara

Anônimo disse...

Cara lara :

O assunto que menciona, e que era de trabalho, logo ficou satisfatóriamente resolvido.

Li atentamente o seu comentário mas dada a extensividade e riqueza do mesmo não consigo neste momento expressar-lhe uma resposta à altura, talvez mais tarde se a isso estiver disposta ; apenas faço como que uma nota preliminar para lhe dizer que concordo em absoluto com a sua definição de. Deleuze se bem que, aqui, ao tratar o sentimento a este nível destacado a única definição que encontro "acertada" é a que define este algo como a própria ausência da possibilidade de definição. É como se fosse "o ponto de partida". O "ponto certo".

Respondo , no entanto, às suas perguntas mais práticas. A escolha do post não foi aleatória, julguei reconhecer ali o enquadramento de uma situação que, embora "virtual", por paradoxal que pareça, me tocou de perto. Um erro de identidade que "suponho" comum nestas "andanças da rede", mas que, se revelou uma feliz coincidência. Dito isto fica claro que não nos conhecemos pessoalmente. Só mais uma nota para lhe dizer que "tentei" entrar no seu "cybershoot" e que, do pouco que consegui ver, me apercebi que já nos tinhamos "cruzado", pontualmente, através da música.

Sabe lara, não costumo esconder-me atrás de anonimatos, e nem sequer agora o faço, apenas, a minha forma de "intervenção", neste lugar e neste momento, afiguraram se me pelo melhor desta maneira.

Voltarei sempre aqui se o "desejar"
Seu, "Anónimo".

flor-de-laranja disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

armário.roupeiro: cabides.

jaz.mim_tu... aqui, deixara de o ser.

à espreita de fa|c|to & gravata.

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